Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Uma missão com 50 observadores da Liga Árabe (que reúne 23 nações) está na Síria para acompanhar um acordo que pretende encerrar a onda de violência no país. A comissão se reúne hoje (27) com representantes do governo de Homs. Na cidade, 34 pessoas foram mortas durante choques entre manifestantes contrários ao governo e forças de segurança apenas ontem (26).
Homs tem sido um dos principais focos de resistência dos militantes que exigem a saída do presidente sírio, Bashar Al Assad. Desde março, ele é alvo de protestos e reações populares. Os choques entre ativistas e forças do governo mataram mais de 4 mil pessoas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Assad é acusado de promover ações que levaram a uma série de violações de direitos humanos, como assassinatos, torturas, prisões políticas, inclusive de crianças e adolescentes. Nos últimos meses, a Liga Árabe assumiu a intermediação das negociações. Mas só ontem a comissão de observadores conseguiu seguir viagem rumo à Síria.
O Brasil, por sua vez, acompanha as negociações e apoia as iniciativas da Liga Árabe. Em pouco mais de duas semanas, o embaixador Cesário Melantonio Neto assumirá a função de emissário especial do Brasil para o Oriente Médio e mais a Turquia e o Irã. Pela frente, o diplomata, com mais de 40 anos de profissão, prevê ainda um longo período de tensão na região aliado às articulações para evitar o agravamento da violência.
De acordo com o embaixador, o desafio do Brasil é manter a posição não intervencionista e a defesa do diálogo como alternativa de negociação. Nos últimos dias, ainda como embaixador brasileiro no Cairo, Melantonio Neto esteve às voltas com as eleições parlamentares no Egito e as negociações para encerrar o impasse na Síria.
*Com informações da BBC Brasil // Edição: Juliana Andrade
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