Luciana Lima e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – A aproximação cada vez maior com países da América Latina e da África será a tônica da política externa do governo da presidenta Dilma Rousseff para o próximo ano, conforme ela adiantou hoje (16). De acordo com a presidenta, a valorização da relação com os países latino-americanos e o Caribe deve ser vista como estratégica, principalmente pela importância econômica da região.
Em um café da manhã com jornalistas, nesta sexa-feira, no Palácio do Planalto, Dilma reclamou da pouca repercussão, no Brasil, da reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, realizada no início do mês, na Venezuela.
Ela disse ainda que, no próximo ano, pretende intensificar as relações com os países do Norte da África. "Devemos continuar cada vez mais a relação com a África. Neste ano, só pude ir à [África] Subsaariana, mas acho importante a África do Norte e estarei lá ano que vem", disse Dilma.
"O Brasil deve ter visão multipolar da política externa. Isso não significa que não mantenhamos relações com os [países do] Brics [grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia e China). Todos nós do Brics nos dispusemos a emprestar para o FMI [Fundo Monetário Internacional], para ser mais um elemento do muro corta-fogo da crise europeia", destacou Dilma.
A presidenta também definiu como importante a relação com a União Europeia, principalmente com os países abalados com a crise econômica internacional e que, por isso, passam por sérios problemas fiscais. "Tivemos sempre uma posição de ajudar, de solidariedade. Não tivemos nenhum momento de soberba, pois sabemos o que é um ajuste fiscal sem luz no fim do túnel", disse a presidenta, que defendeu uma ação combinada entre ajuste fiscal e também estímulos aos investimentos. "É como andar de bicicleta, parou, caiu", disse.
Edição: Lana Cristina