Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que maior parte dos brasileiros não acredita na hipótese de o país se envolver em guerra com outras nações nos próximos 20 anos. De acordo com o estudo, a ocorrência de conflitos armados é considerada pouco provável por 30,4% da população e impossível por 34,3%. Já 34,7% dos entrevistados temem que o país se envolva em guerra em função de interesses sobre a Amazônia brasileira (50,2%) e sobre o pré-sal (45,5%). Os dados fazem parte do Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) sobre Defesa Nacional, divulgado hoje (15).
Segundo o Ipea, há “uma percepção de que os interesses estratégicos envolvendo a Amazônia e o pré-sal afetarão de forma significativa as relações do Brasil com outros países do mundo, e mesmo a possibilidade de conflitos armados envolvendo o Brasil nas próximas décadas é encarada como factível por grande parte dos entrevistados”, diz o documento.
Apesar de considerarem que os interesses acerca da Amazônia possam ser o estopim de conflitos militares, mais de 60% dos brasileiros são favoráveis ao trabalho de organizações não governamentais (ONGs) estrangeiras na região.
A pesquisa identifica ainda, dentre uma lista de países pré-selecionados, aqueles vistos como possíveis ameaças militares ao Brasil nos próximos 20 anos. Em primeiro lugar vem os Estados Unidos, com cerca de 37% de indicações dos entrevistados, seguido pela Argentina, com 15,6%, e pela Bolívia, com 12,2%.
Dentre os mesmos países pré-selecionados, procurou-se também determinar quais poderiam eventualmente desempenhar o papel de importantes aliados ou parceiros do Brasil. Novamente, os Estados Unidos despontaram com o maior número de citações: 32,4%. Na sequência aparecem a Argentina (31,4%), a China (16,7%), a Bolívia (15,1%), o Paraguai (15%) e os países da Europa (14,6%).
O estudo aponta ainda que o crime organizado é a ameaça que atualmente produz maior medo entre os brasileiros: 54,2% dos entrevistados afirmaram temer os efeitos da criminalidade sobre suas vidas.
Além disso, desastres ambientais ou climáticos também foram apontados como possíveis
ameaças por 38,6% dos entrevistados. O terrorismo e as epidemias foram indicados como eventos relevantes por cerca de 30% dos entrevistados.
Edição: Lílian Beraldo