Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, reclamou hoje (7) da lentidão do governo na adoção de medidas para incentivar o desenvolvimento do setor industrial, em meio à crise econômica mundial. "Nós precisamos que as medidas sejam mais ágeis. A gente tem visto que alguns setores começam a enfrentar dificuldades", disse.
Após se reunir com a presidenta Dilma Rousseff, mas, segundo ele, sem conversar sobre o assunto, Andrade declarou que a estagnação do crescimento econômico medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgado esta semana , era previsto pelo setor industrial.
"Hoje eu não conversei sobre esse assunto com a presidenta Dilma, até porque ela tem essas informações. Essa desaceleração nós já estávamos esperando desde o início do ano, considerando uma taxa de juros elevada, considerando uma importação muito acima do limite esperado", disse Robson Andrade, que acompanhou uma audiência concedida pela presidenta a medalhistas brasileiros do Worldskills, olimpíada internacional de trabalho profissional realizada este ano em Londres.
O presidente da CNI também se queixou da demora na implantação das medidas anunciadas, principalmente em relação à Receita Federal. "Existem medidas que dependem de regulamentação da Receita Federal que também tem um certo atraso na implantação", destacou. "O Reitegra é uma das medidas que dependem da Receita Federal. A simplificação do PIS e do Cofins é outra medida que depende do órgão arrecadador. A desoneração de alguns setores também depende da Receita, como é o caso do setor moveleiro, têxtil e da linha branca", completou.
O Reintegra é uma das principais medidas do Plano Brasil Maior, lançado pelo governo em agosto, mas que, para entrar em vigor, necessitava da aprovação do Congresso, o que ocorreu no mês passado. O regime irá vigorar até o dia 31 de dezembro de 2012.
O presidente da CNI disse ainda que as importações de produtos manufaturados devem chegar a US$ 90 bilhões este ano e que, "além disso, a indústria brasileira vem sofrendo com uma taxa de câmbio desfavorável e uma carga tributária elevada”.
Edição: Aécio Amado