Monica Yanakiew
Correspondente da EBC na Argentina
Buenos Aires – A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou seu novo gabinete hoje (6), quatro dias antes de assumir o seu segundo mandato. Ela vai manter a mesma equipe e política econômica, salvo uma mudança. O secretário de Finanças, Hernan Lorenzino, foi promovido a Ministro da Economia, substituindo o atual, Amado Boudou, que assumirá no próximo dia 10 o cargo de vice-presidente.
Cristina Kirchner também substituiu o atual chefe de gabinete, Aníbal Fernandez, que foi eleito senador no ultimo dia 23 de outubro. O cargo será ocupado pelo atual secretário de Comunicação, Juan Manuel Abal Medina, homem de confiança da presidenta.
A presidenta manterá a presidenta do Banco Central, Mercedes Marco del Pont, e o chanceler Hector Timerman. “E um gabinete sem surpresas, que reflete a continuação da política do governo”, disse à Agencia Brasil o analista político Hector Stupenengo.
Para os especilistas políticos e economistas independentes, o principal desafio de Cristina Kirchner, no segundo mandato, será manter o crescimento econômico e atrair investimentos, em um ano de crise internacional. “A crise já afetou a China e desacelerou o crescimento econômico brasileiro. O mais provável e que afete também a Argentina”, disse o analista Rosendo Fraga.
Desde a reeleição, Cristina Kirchner já tomou medidas para reduzir os gastos públicos e conter a fuga de capitais. Anunciou que, a partir de janeiro, cortará os subsídios destinados aos setores de eletricidade, gás e água, que hoje beneficiam todos os consumidores – mesmo os mais ricos. Quem quiser manter o beneficio, terá que provar que não tem recursos suficientes para pagar as contas.
A presidenta também reforçou o controle de cambio. Os argentinos que querem comprar dólares terão que pedir permissão a Afip (a Receita Federal argentina) e demonstrar que dispõem de suficientes pesos declarados para fechar uma operação de câmbio.
Outra preocupação do governo é a inflação anual que, segundo consultoras privadas, ficará entre 20% e 25%. Os sindicatos aliados do governo têm feito pressão por aumentos salariais baseados nesses índices, e não no índice oficial de um dígito.
Edição: Aécio Amado