Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O uso das áreas de florestas no mundo, em 15 anos, caiu em 30% no período de 1990 a 2005. O percentual se refere a um total de 3,69 bilhões de hectares de florestas em todo o planeta. Os dados mostram ainda que a perda líquida de florestas aumentou de 4,1 milhões de hectares por ano, de 1990 a 2000, para 6,4 milhões de hectares. Os países da América do Sul e da África lideram entre os que mais desmatam no mundo.
A conclusão está no estudo apresentado hoje (30) pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Os resultados da pesquisa se baseiam em uma pesquisa global de sensoriamento remoto.
Pelos resultados da pesquisa, a taxa média de desmatamento mundial alcançou 4,5 milhões de hectares por ano, de 1990 a 2005. O desmatamento em grande parte ocorreu nas florestas tropicais transformadas em áreas agrícolas.
"O desmatamento está privando milhões de pessoas de bens e serviços florestais que são cruciais para a subsistência rural, o bem-estar econômico e a saúde ambiental", disse o diretor assistente para a Área de Florestas da FAO, Eduardo Rojas-Briales.
A perda líquida se refere aos prejuízos na cobertura florestal que são parcialmente compensados pelo reflorestamento e a expansão natural. Em 15 anos, segundo os especialistas, 10 hectares de floresta sofreram perda líquida, em média, por minuto.
De acordo com os pesquisadores, a Ásia foi a única região que registrou ganhos líquidos em área florestal de uso da terra em ambos os períodos. Mas houve desmatamento em todas as regiões do mundo, incluindo a Ásia, pois em alguns países, como a China o plantio extensivo ultrapassou as áreas de floresta.
Os resultados da pesquisa fornecem dados que podem ser usados em pesquisas sobre biodiversidade e redução de emissões por desmatamento e degradação florestal nos países em desenvolvimento, temas da Convenção sobre Mudanças Climáticas, na 17 ª conferência, em Durban, na África do Sul, que termina dia 9.
A pesquisa de sensoriamento remoto foi baseada em uma única fonte de dados e de metodologia para todas as análises temporais – 1990, 2000 e 2005. O estudo foi financiado pela Comissão Europeia, o Centro Heinz (ligado ao Museu da Pensilvânia, nos Estados Unidos), os governos da Austrália, Finlândia e França, além da FAO.
A pesquisa foi feita ao longo dos últimos quatro anos, a FAO reuniu 200 pesquisadores de 102 países ligados ao Centro Europeu de Investigação da Comissão Conjunta. Os peritos examinaram as imagens de satélite feitas pela Nasa, a agência espacial norte-americana, e pelo Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos (cuja sigla em inglês é USGS).
Edição: Talita Cavalcante