Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ano de 2011 bateu o recorde em comparação aos anos anteriores no que se refere ao número de minas antipessoais (terrestres). Até 2010, havia 4.191 minas registradas no mundo. Os dados ainda estão sendo compilados. Mas a conclusão está no relatório da instituição independente Monitor de Minas Terrestres – formada por cinco organizações não governamentais – que monitora e informa sobre a execução de tratados humanitários e de desarmamento.
O organismo alerta que governos e grupos armados ainda fazem uso das minas antipessoais como armas de guerra. O Monitor de Minas Terrestres foi criado em 1998 e conta com o apoio de entidades civis de vários segmentos de defesa dos direitos humanos. No relatório, o organismo elogia os esforços da comunidade internacional em livrar o mundo das minas.
O Monitor de Minas Terrestres registra a dificuldade em levantar o número preciso de vítimas das minas antipessoais. A entidade disse que as dificuldades são causadas em decorrência da ausência de informações transmitidas por órgãos públicos e autoridades.
Pelo estudo, 31 doadores contribuíram com US$ 480 milhões em ações para a retirada e contenção das minas em 57 países. Foi a maior quantidade de contribuições de doadores já registrada pela entidade. Pelo estudo, 87 países completaram a destruição dos estoques de minas terrestres.
O Monitor de Minas Terrestres informou ainda que pelo menos 200 quilômetros quadrados de terra foram libertados das minas terrestres no ano passado. Segundo o órgão, foram destruídas 388 mil minas antipessoal e 27 mil minas usadas para atingir veículos.
O Tratado de Proibição de Minas conta com a participação direta e apoio de 158 países – o equivalente a 80% das nações do mundo. Pelo tratado, são proibidas as minas antipessoais e exigida assistência aos sobreviventes. Os últimos países a aderir ao tratado foram o Tuvalu, em setembro deste ano, e o Sudão do Sul, há 12 dias. A Finlândia e a Polônia negociam a adesão.
Porém, o Monitor de Minas Terrestres alerta que em direção oposta caminharam este ano Israel, Líbia e Mianmar, pois há indicações que nesses países foram plantadas minas em diferentes áreas.
Os três países não integram o Tratado de Proibição de Minas. A entidade informou ainda que grupos armados no Afeganistão, na Colômbia, em Mianmar e no Paquistão também fizeram o mesmo.
Edição: Talita Cavalcante