Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (3), em Cannes, na França, que o Brasil está está disposto a contribuir com o Fundo Monetário Internacional (FMI) na busca de uma solução para a crise mundial. Durante almoço que marcou o início da reunião dos líderes do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, Dilma voltou a cobrar ações mais rápidas dos países desenvolvidos, que, segundo ela, precisam agir com mais liderança, visão clara e rapidez.
As informações foram divulgadas pelo Blog do Planalto. Durante o almoço, Dilma pediu mais detalhes do pacote europeu contra a crise e se mostrou preocupada com a possibilidade de que os problemas enfrentados naquela região comecem a “respingar” nos países em desenvolvimento.
A presidenta também destacou a experiência brasileira de valorização do mercado interno para enfrentar os efeitos da crise de 2008. “A inclusão de 40 milhões de pessoas na classe média foi não somente uma imposição moral, mas também uma questão de enfrentamento econômico”, disse Dilma em Cannes.
De acordo com o Blog do Planalto, Dilma Rousseff manifestou apoio à criação de um piso único de renda como medida de proteção mundial, tese defendida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). “Tem efeito inequívoco contra a crise. O Brasil não irá se opor a uma taxa financeira mundial, se isso for um consenso entre os países a favor da ampliação dos investimentos sociais”, disse a presidenta.
Dilma voltou a condenar a guerra cambial praticada por alguns países e a defender a retomada da Rodada Doha, ciclo de discussões cujo principal objetivo é destravar as barreiras do comércio internacional.
“É conhecido por todos o empenho do Brasil na retomada da Rodada Doha. Mas é preciso dizer também que a atual crise econômica provocou problemas cambiais e a ampliação de liquidez que afeta muitos países, como o Brasil. A Conferência da OMC [Organização Mundial do Comércio] em dezembro deve ser oportunidade para retomar nosso compromisso de Doha, assim como discutir a questão cambial e as questões de segurança alimentar, incluindo subsídios agrícolas”, disse a presidenta.
Edição: Nádia Franco