Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Depois do protesto de indígenas Kayabi, que mantiveram sete funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) reféns por quase uma semana, a Funai decidiu acelerar o processo de demarcação da terra indígena da comunidade, uma das reivindicações do grupo.
A liberação só ocorreu ontem (23), depois que representantes do Ministério da Justiça e da Secretaria-Geral da Presidência intervieram nas negociações. Pelo acordo, a Funai comprometeu-se a priorizar o processo de demarcação. No dia 31 de outubro, uma equipe do Exército deverá começar um levantamento topográfico da área e a demarcação física.
Os Kayabi vivem em Mato Grosso, perto da divisa com o Pará, região onde o governo pretende construir a Usina Hidrelétrica São Manoel, no Rio Teles Pires. Além da demora na demarcação da terra indígena, os índios questionam a construção da barragem sem a concordância das comunidades atingidas.
Diante da pressão indígena, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) suspendeu três audiências públicas para discutir os estudos de impacto ambiental da hidrelétrica. Depois da suspensão, a Justiça Federal em Sinop (MT) determinou o adiamento das audiências por 90 dias e exigiu a tradução dos documentos do processo de licenciamento ambiental para a língua dos povos indígenas que serão afetados.
Edição: Lana Cristina