Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba – No campus da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), maior local de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em Curitiba, a movimentação com a chegada dos estudantes começou por volta das 10 horas da manhã. A maioria chegava correndo, apressada, demonstrando nervosismo. Poucos chegaram atrasados, depois das 13 horas. Mas todos tinham uma desculpa.
Chorando, Daniela Costa, 28 anos, explicou que “pegou três ônibus” para chegar ao local da prova. “Saí de casa às 11h30 e não tinha um número maior de ônibus nessas linhas como pensei”. Ela lamentou o ano de estudo perdido para concluir o ensino médio.
O estudante Eric Castro, 19 anos, mostrou o joelho machucado e um atestado confirmando que havia sido atendido em uma emergência médica após ter se acidentado com a moto. “Fui fazer um raio X e o médico demorou para me liberar”, lamentou ele, que ia fazer o Enem pela primeira vez.
Mais sorte teve quem chegou no horário, como a decidida vendedora de roupas Dina Januário da Cruz, de 52 anos. Ela contou que fez cursinho preparatório e aprendeu muito com os jovens, que eram a maioria dos alunos na sala de aula. Mãe de seis filhos e avó de cinco netos, ela disse que ainda não se inscreveu para nenhum vestibular, mas pretende estudar música. “Meus filhos e netos estão mais nervosos do que eu, torcendo para que eu consiga”, disse ao entrar apressada para o exame.
Já a estudante Flávia Evelyn, 16 anos, contou que chegou ao local da prova, no bairro Cristo Rei, acompanhada da mãe por volta das 11 horas. Ainda tentou procurar a coordenação local para reivindicar a troca do horário para depois do pôr do sol, uma opção disponível no processo de inscrição para quem, por crença religiosa, se considera impedido de exercer atividades no sábado.
“Quando fiz a inscrição não vi que tinha esta opção. E tem outros amigos meus que também não encontraram a opção na hora da inscrição e decidiram , mesmo sendo também adventistas , fazer a prova agora”. Mas não conseguiu ser atendida. Apesar de triste, ela não vai desistir de uma vaga para estudar arquitetura e urbanismo na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) , que tem a nota do Enem como critério para o ingresso.
Edição: Vinicius Doria