Governo do Chile pretende adotar Lei de Segurança para conter protestos

19/10/2011 - 6h57

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Enfrentando protestos há cerca de cinco meses, o governo do Chile advertiu ontem (18) que reprimirá de forma dura as próximas manifestações. Autoridades informaram que vão apelar para o uso da Lei de Segurança do Estado, que pune aqueles que ameaçam instituições públicas e pode levar à prisão.

Apesar da advertência, estão programadas para hoje (19) várias manifestações em todo o país. Os protestos, em geral, são liderados por estudantes, que reivindicam reformas na educação. Mas as manifestações ganharam o apoio dos professores e dos reitores das universidades, além de outras categorias profissionais.

Ontem, as principais ruas de Santiago, a capital chilena, foram tomadas por barricadas e um ônibus foi queimado em uma das avenidas da cidade. Policiais usaram gás lacrimogêneo e jatos de água para conter os manifestantes. Os estudantes reagiram, atirando coquetéis molotov contra a polícia.

O ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, disse que a Lei de Segurança do Estado será utilizada para impor penas mais duras aos manifestantes que atearam fogo a ônibus. Um grupo usou máscaras para cobrir o rosto.

Nos últimos meses, o governo do presidente Sebastián Piñera apresentou propostas de reforma da educação. As sugestões foram rechaçadas pelos estudantes e professores. A principal reivindicação é a gratuidade do ensino superior no país – atualmente, as universidades chilenas são todas privadas.

*Com informações da BBC Brasil//Edição: Graça Adjuto