Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A organização não governamental (ONG) Anistia Internacional cobrou hoje (13) das autoridades da Líbia explicações sobre detenções arbitrárias e denúncias de abusos generalizados no país. Há acusações de espancamentos e maus-tratos envolvendo aliados do presidente Muammar Khadafi.
Atualmente, o país está sob o poder do Conselho Nacional de Transição (CNT) que faz oposição a Khadafi. O diretor adjunto da Anistia Internacional para o Oriente Médio e Norte da África, Hassiba Hadj Sahraoui, disse que antigos padrões de conduta, como os que ocorriam no período de Khadafi, estão sendo repetidos.
Segundo Sahraoui, a Anistia Internacional compreende que o CNT enfrenta “muitos desafios”. Desde o fim de agosto, foram detidas 2.500 pessoas nas regiões de Trípoli e Al Zawiya.
Cerca de 300 prisioneiros foram entrevistados pela Anistia Internacional de agosto a setembro. De acordo com os detentos, não havia mandado de prisão e muitos disseram ter sido retirados de suas casas sem razões concretas. Pelo menos dois policiais, de centros de detenção, informaram à Anistia Internacional que espancam os detidos para a obtenção de confissões.
Nas prisões líbias, integrantes da ONG encontraram uma vara de madeira, uma corda e uma mangueira de borracha usados para açoitar os detentos. Em um centro de detenção, integrantes da organização ouviram o som de chicotadas e gritos.
Há ainda informações que crianças são presas com adultos e ficam sob a guarda de policiais. Um jovem de 17 anos, acusado de estupro, contou ter sido retirado de escola e apanhado de policiais com vara, cinto e até cabos de borracha.
Em setembro, durante reuniões com a Anistia Internacional, os funcionários CNT ouviram as preocupações sobre as detenções arbitrárias e maus-tratos. Segundo a ONG, o conselho se comprometeu a apurar os dados e a garantir a proteção dos detentos. As informações são da Anistia Internacional.
Edição: Graça Adjuto