Produtores nacionais elogiam fim da exigência de ineditismo em festival de Brasília

28/09/2011 - 13h05

Alex Rodrigues e Luciana Lima
Repórteres Agência Brasil

Brasília - O fim da exigência de ineditismo para exibição de filmes no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro – mudança que desagradou muitos produtores locais – é considerado um avanço para aqueles que já fazem parte do circuito nacional de produção cinematográfica. Para a produtora Lucy Barreto, a nova regra, anunciada há quatro meses, é um progresso.

“Vivemos em um país continental no qual o fato de um filme ser repetido não quer dizer nada. Não há a menor razão para que os filmes sejam inéditos pois quem vem a Brasília não necessariamente viu o que passou no Festival de Gramado ou em outros. Parabenizo os organizadores pela mudança”, disse Lucy em entrevista à Agência Brasil.

Lucy acredita que o aumento no valor dos prêmios – outra mudança anunciada pelo governo do Distrito Federal – é o que pode tornar o festival de Brasília mais atraente e fazer com que os realizadores decidam lançar seus filmes na capital federal. “Com o prêmio maior, os realizadores vão passar a inscrever filmes inéditos com mais frequência. Por isso não acho necessária cláusula de ineditismo. O que se deve fazer é premiar bons filmes [independentemente de eles serem ou não inéditos]”.

O ator Chico Dias evitou polemizar sobre as condições da produção local e sobre as mudanças das regras, mas ressalvou que o Festival de Brasília é referência para a discussão estética do cinema brasileiro. "Não sei da realidade local nem entrei em detalhes sobre as regras. O que sei é que o Festival de Brasília é referência para a discussão estética brasileira e isso não deve mudar. O que se discute aqui ecoa [por todo o país]", destacou.

As mudanças foram anunciadas pela Secretaria de Cultura do Distrito Federal há cerca de quatro meses. Além da não exigência de ineditismo das produções, outra mudança foi a antecipação da data do evento, que, até então, era o último do calendário de festivais do Brasil. Além disso, a secretaria aumentou o valor da premiação de R$ 80 mil para R$ 250 mil para o melhor longa-metragem. O valor equivale ao que é pago pelo Festival de Paulínia, no interior de São Paulo, um dos mais importantes do país.

As exibições da mostra competitiva foram descentralizadas. Antes, os filmes só eram exibidos no Cine Brasília. Já nesta edição, há programação também nas cidades de Ceilândia, Sobradinho, Guará e Taguatinga.

 

 

Edição: Lílian Beraldo