Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A crise no Chile, envolvendo o governo do presidente Sebastián Piñera, estende-se há mais de cinco meses. Muitos alunos e pais já consideram perdido o ano escolar de 2011. No entanto, os estudantes aceitaram partir para mais uma etapa de negociações, mas insistem que os protestos serão mantidos. Para amanhã (29), está convocada uma greve geral, liderada por estudantes e professores.
Os estudantes querem que o governo garanta mais investimentos para a educação e o ensino superior gratuito. Atualmente, no Chile, todas as universidades são gratuitas. Também há queixas sobre a descentralização do ensino básico e fundamental.
No mês passada Camila Vallejo, uma das principais líderes estudantis do Chile, esteve no Brasil. Ela se reuniu com autoridades federais, como a ministra Maria do Rosário, da Secretaria dos Direitos Humanos, e com líderes estudantis. Camila reiterou que as reformas na educação, no Chile, são essenciais porque o modelo em vigor está esgotado.
A Confederação de Estudantes do Chile aceitou a proposta do governo para reiniciar o diálogo em torno dos problemas da educação. Representantes das 36 associações de estudantes se reuniram ontem (27), na Universidade Católica de Santiago, para analisar a proposta do governo. As negociações são conduzidas pelo ministro da Educação, Felipe Bulnes.
Paralelamente, algumas escolas tentam elaborar um plano de recuperação do ano letivo. Representantes de 31 escolas informaram que poderá ser feito um esforço para a conclusão do período. No entanto, a sugestão não é aceita pelos estudantes que lideram os protestos.
No próximo sábado (1º), está prevista uma reunião do ministro com os estudantes para a entrega de nova proposta de reformas. A ideia do governo é criar grupos de trabalho e acelerar o processo para aprovação de leis sobre a educação. Mas os estudantes sinalizaram que discordam de várias medidas contidas nesse novo plano.
*Com informações da emissora multiestatal de televisão, Telesur, com sede em Caracas, na Venezuela.//Edição: Graça Adjuto