Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Na tentativa de conter a produção de drogas no Peru, a Comissão Interinstitucional para o Controle de Insumos Químicos pretende propor que a gasolina seja incluída na relação de produtos utilizados para a fabricação de cocaína no país. Na prática, a medida vai limitar a venda de gasolina nas regiões apontadas como áreas de cultivo de coca. A ideia é dificultar a produção de coca, pois a gasolina é um dos principais elementos utilizados na fabricação da droga.
O coordenador nacional de Fiscalização de Drogas, Elmer Rios Luque, disse que o tema será discutido na próxima quarta-feira (14). Segundo ele, a proposta conta com o apoio da maior parte dos integrantes da comissão – formada por representantes do Ministério Público, Judiciário, dos ministérios do Interior e da Produção e da Secretaria Executiva de Controle de Drogas.
Segundo ele, apenas nos últimos três meses foram apreendidos 129.231 quilos de coca e mais 3.775 galões com líquidos de diversos tipos utilizados como insumos para a fabricação da droga. O coordenador acrescentou ainda que, no mesmo período, foram incinerados 12.530 quilos de folha (seca) de coca – normalmente usada para a fabricação da droga.
Rios Luque disse também que desde julho foram destruídos 34 laboratórios, três campos e 42 postos utilizados para a fabricação de drogas ilegais. Segundo ele, o governo vai intensificar as ações envolvendo autoridades políticas, militares e policiais no combate ao narcotráfico no país.
A cooperação internacional para conter o tráfico no Peru diminuiu nos últimos anos, de acordo com relatórios oficiais. No final de junho, o Relatório Mundial sobre Drogas 2010, elaborado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNOCR), mostrou que o cultivo de coca no Peru cresceu 55% na última década.
*Com informações da agência pública de notícias do Peru, Andina.
Edição: Rivadavia Severo