Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Uma missa na Catedral da Sé, na região central da capital paulista, marcou o início da 17ª edição do Grito dos Excluídos na cidade. Depois do ato religioso, cerca de 300 pessoas seguiram em passeata em direção ao Monumento da Independência, no Ipiranga. Durante a concentração em frente à Catedral da Sé, índios da etnia Pankararé, de Osasco, apresentaram uma dança típica da tribo.
Este ano a manifestação defendeu a vida humana e a natureza destacado no lema "Pela Vida, Grita Terra. Por Direitos, Todos Nós", e reuniu movimentos sociais e pastorais sociais, que procuraram chamar a atenção da sociedade para a luta contra as drogas e a corrupção, e a favor da reforma política, entre outros assuntos.
O Grito dos Excluídos é organizado pela Pastoral Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), por diversos movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Ameaçados por Barragens (Moab), pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo e pela Campanha Jubileu Brasil.
O coordenador da Pastoral Operária Metropolitana de São Paulo, Paulo César Pedrini, destacou a importância do evento este ano tratar de dois assuntos intimamente relacionados: a questão ambiental e a social. “Para a ambiental, porque temos grandes obras sendo tocadas e indicando que com elas haverá um sério comprometimento do meio ambiente, como no caso da transposição do Rio São Francisco e da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que expulsam populações ribeirinhas, indígenas. E a social, os problemas de sempre: trabalho, moradia, saúde e educação”.
O Grito do Excluídos existe desde 1995, e surgiu a partir da Campanha da Fraternidade daquele ano. Ele foi criado pelo Setor Pastoral Social da CNBB, ganhando a adesão de outras entidades e movimentos sociais ao longo dos anos.
Edição: Aécio Amado