Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O novo comandante militar de Trípoli (capital líbia), Abdel Hakim Belhaj, exigiu hoje (5) um pedido de desculpas do Reino Unido e dos Estados Unidos. A exigência se deve à descoberta de documentos que revelam que os dois países foram cúmplices de agressões e torturas durante o governo do presidente Muammar Khadafi – que ficou quase 42 anos no poder. “O que me fizeram foi ilegal e merece um pedido de desculpas”, disse Belhaj.
Em meio à destruição da Embaixada dos Estados Unidos em Trípoli, foram encontrados documentos referentes aos arquivos dos serviços de informações do regime de Kadhafi. O material foi localizado pela organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch.
Os documentos detalham a captura do próprio Abdel Hakim Belhaj, opositor do regime de Kadhafi, e da mulher dele, grávida. Segundo o material coletado, o casal foi capturado com a ajuda da Agência Central de Inteligência americana (cuja sigla em inglês é CIA), em Bangcoc, na Tailândia, em 2004. Em seguida, os dois foram entregues às autoridades líbias.
Ainda de acordo com os documentos, durante os sete anos em que ficou detido, Belhaj foi interrogado por membros do serviço secreto britânico e alvo de tortura. “Injetaram algo em mim, me penduraram em uma parede com os braços e pernas presos, depois me colocaram em um local com gelo”, contou o atual comandante militar de Trípoli, controlada pelos rebeldes.
Há mais de uma semana, Trípoli e a maior parte da Líbia estão sob poder da oposição. Khadafi, porém, ainda é procurado e encontra-se em local desconhecido. A mulher dele e três filhos pediram abrigo na Argélia. Dois dias depois de chegar ao país, Aisha, filha do líder líbio, deu à luz o quarto filho, uma menina.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto