Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O embaixador extraordinário do Brasil para o Oriente Médio, Cesário Melantonio Neto, que serve atualmente no Egito, será o representante do país na reunião de amanhã (1º), em Paris, em que será discutido o futuro da Líbia. A reunião é coordenada pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, e conta com representantes de de 50 países. A ideia é organizar ações conjuntas para a reconstrução da Líbia.
Anteontem (29) a Agência Brasil antecipou que Melantonio Neto representaria o governo brasileiro na reunião. Desde o começo desta semana, o nome dele estava cotado, mas apenas na tarde de hoje (31) o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, oficializou a indicação. O assunto foi tema de uma reunião anteontem entre Patriota e a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.
Há cerca de dez dias, desde que a situação na Líbia se agravou, Sarkozy convocou a reunião com líderes dos países do chamado Grupo de Contato - que envolve as maiores economias do mundo – e convidou o Brasil para participar. O objetivo, segundo o governo francês, é buscar alternativas para colaborar com o regime de transição na Líbia.
Paralelamente, Patriota manteve contatos com os representantes do Brics – grupo formado pelo Brasil, pela Rússia, Índia, China e África do Sul – para definir uma posição comum na reunião de amanhã. Assim como o Brasil, os demais países que formam o Brics foram convidados para a discussão em Paris.
O embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantonio Neto, foi escolhido para representar o governo brasileiro por ter sido designado por Patriota para fazer as articulações com a oposição na Líbia. Com larga experiência no mundo muçulmano, Melantonio Neto serviu não só no Egito, mas também na Turquia, conhecendo a cultura e o modo de fazer política dos árabes.
No entanto, diferentemente da França, Itália, Alemanha e do Reino Unido, cujos representantes estarão na reunião amanhã, o Brasil ainda não formalizou apoio ao Conselho Nacional de Transição (CNT) – comandando pela oposição líbia. Para o Brasil, é necessário que os líderes do conselho sinalizem que têm o respaldo da população do país e respeitarão os princípios democráticos e direitos fundamentais.
*Colaborou Luciana Lima
Edição: Nádia Franco