Discussões sobre Síria se intensificam no Conselho de Segurança e Brasil evita polarização

30/08/2011 - 12h02

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O agravamento da crise na Síria levou o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a intensificar as discussões sobre as medidas que devem ser aplicadas ao governo do presidente sírio, Bashar Al Assad. O Brasil e os demais 14 integrantes do órgão debatem as propostas apresentadas pelas delegações da Rússia e da Grã-Bretanha. Mas o esforço é para evitar a polarização dos debates, informam os diplomatas que acompanham o tema.

Nas reuniões em Nova York, do Conselho de Segurança da ONU, a embaixadora brasileira Regina Dunlop reitera que, para o Brasil, é fundamental encerrar a violência na Síria e atuar em busca da paz por meio de interlocutores do próprio país. Não há ainda uma data definida sobre quando ocorrerá a reunião do conselho para definir novas iniciativas sobre a Síria.

Para os russos, o ideal é adotar medidas que pressionem Assad a implementar as mudanças com as quais ele havia se comprometido, como as reformas política, econômica e social, e promover eleições democráticas na Síria. Em momento algum, o texto da Rússia sugere punições por violações aos direitos humanos e violência.

Já os britânicos, com o apoio dos norte-americanos, defendem a adoção de restrições mais amplas ao governo Assad como forma de forçá-lo a deixar o poder e também de puni-lo pela violência que pode ter levado mais de 2 mil pessoas à morte. O assunto foi o tema ontem (29) da reunião da presidenta Dilma Rousseff com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

Paralelamente, a União Europeia discute a possibilidade de intensificar as restrições comerciais à Síria incluindo o embargo ao petróleo. Neste item, o Brasil se alinha ao posicionamento da Europa. No ano passado, de acordo com informações do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil comprou cerca US$ 82 milhões em barris, o que é pouco diante das importações de óleo de outros países, e, neste ano, não comprou nada.


*Colaborou Luciana Lima

Edição: Juliana Andrade