Da Telam
Brasília – Depois que um estudante foi morto à bala durante protesto em Santiago, no Chile, o governo e os líderes estudantis iniciaram a busca por um acordo para encerrar a série de manifestações que ocorre há três meses no país. O presidente chileno, Sebastián Piñera, pediu o empenho de todos para “não agravar o problema”. O diálogo será retomado amanhã (30).
Os estudantes exigem do governo garantias sobre os 12 pontos considerados essenciais para a reforma da educação no Chile. Eles querem mais investimentos no setor e garantias de ensino superior gratuito. O governo de Piñera apresentou três propostas, mas os estudantes e os professores não aceitaram nenhuma delas.
Paralelamente, os estudantes decretaram que o dia de hoje (29) será dedicado ao estudante Manuel Gutierrez, de 14 anos, baleado em Santiago e que acabou morrendo. Para os estudantes, Gutierrez foi vítima dos policiais. Ele morreu na sexta-feira (26).
"Esperamos que o encontro [de amanhã] nos dê a garantia de avanços, porque é isso que queremos", disse o presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica (Feuc), Giorgio Jackson. A presidenta da Federação Estudantil do Chile (Data), Camila Vallejo, disse que espera uma resposta satisfatória do governo sobre os investimentos destinados à educação.
Piñera pediu aos estudantes que negociarão amanhã com o governo que tenham "boa vontade" e "espírito de resolver e não agravar o problema." Segundo ele, é necessário que todos tenham “espírito construtivo”.
O presidente lembrou que a causa não é apenas dos estudantes e professores, mas da família chilena. "Mas é também a causa de seus pais, seus avós, parlamentares, e claro, do nosso governo. Nós estamos fazendo a história na tentativa de melhorar a qualidade e o financiamento da educação”, disse ele.
As paralisações no Chile foram consideradas as mais intensas desde a redemocratização do país com o fim do governo do ex-presidente Augusto Pinochet (1973-1990). O governo Piñera propôs aumentar o número de bolsas de estudo e de recursos orçamentários para a educação e reduzir a taxa de juros que é cobrada sobre empréstimos estudantis. Mas as propostas foram rejeitadas pelas organizações de estudantes.