ONU apela para que líbios evitem abusos e vinganças

26/08/2011 - 9h41

BBC Brasil

Brasília - A Organização das Nações Unidas (ONU) apelou hoje (26) aos integrantes dos dois lados do conflito na Líbia que adotem medidas que evitem atos de violência ou vingança. O apelo foi feito no momento em que surgem relatos de abusos e execuções sumárias envolvendo a oposição e os aliados do presidente líbio, Muammar Khadafi. Ao mesmo tempo, a ONU autorizou a liberação de US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 2,4 bilhões) – que estavam congelados devido às sanções – para ajuda humanitária. .

Apenas em um hospital no distrito de Mitiga, relatos indicam que havia 17 corpos, todos de militantes rebeldes. Segundo médicos, os rebeldes tinham sido presos pelas forças de Khadafi em uma escola. Os corpos apresentam marcas de tortura e de muitos disparos. Há ainda relatos de pelo menos uma execução sumária.

O porta-voz da Cruz Vermelha, Robin Waudo, informou que rebeldes e aliados a Khadafi mantêm centenas de prisioneiros. Waudo pediu às partes envolvidas que respeitem os direitos de prisioneiros de guerra. "Exortamos todos em posições de autoridade na Líbia, incluindo comandantes militares, a tomar medidas para evitar que nenhum crime, ou ato de vingança, seja cometido."

O porta-voz de direitos humanos da ONU, Rupert Colville, disse que é difícil confirmar relatos de execuções sumárias e tortura. Mas segundo ele, as denúncias do gênero serão investigadas pela Comissão de Inquérito da Líbia – órgão já existente.

Em Trípoli a batalha ainda é intensa e a cidade está quase completamente sob controle rebelde. Ontem (25), houve intensos confrontos no bairro de Abu Salim, um dos poucos bastiões leais a Khadafi na capital. Os rebeldes partiram para uma ofensiva contra a cidade natal de Khadafi, Sirte, mas enfrentam forte resistência. Há relatos de que aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) bombardearam a cidade na madrugada.