Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Jacques Diouf, disse hoje (18) que é responsabilidade da comunidade internacional por em prática medidas que evitem o agravamento da fome no Nordeste da África – região conhecida como Chifre da África. A seca atinge a Somália, a Etiópia, o Djibouti e a Eritreia, além do Sudão e de Uganda, ameaçando de morte crianças e adultos.
A FAO convocou para hoje uma reunião extraordinária para discutir o assunto. “Se os governos e os parceiros doadores não agirem agora, a fome vai se espalhar. Será uma vergonha para a comunidade internacional”, disse Diouf, acrescentando que a tendência é que a fome se espalhe por toda a Somália, país que mais sofre, e chegue ao Sul até o fim deste mês.
"É nossa responsabilidade ajudar as pessoas afetadas pela fome e seca. É inaceitável que no nosso tempo, com os recursos financeiros e os conhecimentos e tecnologias disponíveis, mais de 12 milhões de pessoas possam morrer de fome", disse Diouf. Segundo ele, faltam investimentos financeiros para garantir a execução das medidas já definidas.
Paralelamente, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) informou que há riscos de o surto de cólera espalhar da capital da Somália para o restante do país. Em comunicado, o Unicef acrescentou que a maior parte dos casos está sob controle. No entanto, há registros de aumento da incidência de diarreia aguda, principalmente entre crianças.
O representante do Unicef na Somália, Everard Marthe, disse que o deslocamento de pessoas em decorrência dos esforços para escapar da fome e da seca leva ao agravamento das doenças. Segundo ele, é necessário aumentar o número de clínicas móveis no país. A cólera é endêmica na Somália. Em 2007, houve a última epidemia na região, afetando cerca de 67 mil pessoas.
As informações são da Organização das Nações Unidas (ONU).
Edição: Graça Adjuto