Em reunião para analisar a crise internacional, Dilma pede coesão à base aliada no Congresso

10/08/2011 - 15h48

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil


Brasília – A presidenta Dilma Rousseff se reuniu hoje (10) com as lideranças do governo no Congresso para analisar o cenário econômico internacional. No encontro, segundo parlamentares, o Palácio do Planalto fez duas observações: o Brasil não está imune a um possível recrudescimento da crise que atinge países europeus e os Estados Unidos e o governo federal precisa da união de sua base política neste momento para a eventualidade de ter que enviar medidas ao Legislativo com objetivo de reduzir esses impactos.

Além de pedir respaldo político, a presidenta reconheceu a necessidade de o governo "estreitar suas relações com os partidos aliados", disse o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). Durante a reunião, informou Calheiros, Dilma ressaltou que o país precisa se preparar para um cenário de agravamento da crise internacional.

O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), destacou que Dilma demonstrou confiança na base aliada e na participação ativa do vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), no processo de articulação política.
Na exposição feita aos líderes e presidentes de partidos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, traçou dois cenários: um de crise internacional crônica e de longa duração e outra mais aguda, com impactos imediatos.

De acordo com o líder do PSB no Senado, Antônio Carlos Valadares (SE), a presidente deixou claro que continuará adotando medidas de apoio às atividades produtivas para preservar a economia brasileira de eventuais consequências da crise internacional.

Uma das metas expostas pelo governo, revelou Valares, é a adoção de uma política fiscal rigorosa para contenção de gastos. Segundo ele, Dilma foi taxativa ao dizer que o governo "não pode jogar dinheiro pela janela" e, por isso, precisa de "políticas fiscais inteligentes".

O presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), disse que Dilma reafirmou que o país está mais bem preparado para enfrentar o cenário internacional do que em 2008. Entretanto, completou, a presidenta reforçou que necessitará de uma base aliada coesa para aprovar eventuais medidas de enfrentamento à crise.

Os parlamentares ouvidos pela Agência Brasil disseram que a presidenta não tratou da crise política desencadeada por denúncias de corrupção nos ministérios dos Transportes, da Agricultura e do Turismo.

Edição: João Carlos Rodrigues