Mantega promete resultados fiscais fortes e defende regulamentação do mercado financeiro

09/08/2011 - 20h21

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeu hoje (9) continuar com superávits primários expressivos nos próximos meses. Em audiência na Comissão Geral da Câmara dos Deputados que discute a crise econômica internacional, ele reiterou que a manutenção de resultados fiscais fortes será a resposta do país na área fiscal para lidar com o aprofundamento da crise global.

“Quando me referi a surpresas no lado fiscal, disse que, a cada mês, nosso resultado fiscal será melhor que no mês anterior”, disse o ministro, explicando a frase pronunciada ontem (8) no Palácio do Planalto. O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública.

Mantega defendeu ainda a taxação na venda de dólares no mercado futuro. Ele rebateu os argumentos do ex-ministro Maílson da Nóbrega, que, mais cedo, questionou a eficácia da medida provisória que permite ao governo intervir no mercado de derivativos, dizendo que a desvalorização do dólar está ligada a fatores externos.

Ao contrário do que havia afirmado Maílson, Mantega disse que as transações no mercado futuro são cruciais para definir a cotação da moeda norte-americana. “É no mercado de derivativos onde se define o preço do câmbio, porque as negociações são mais alavancadas. Com poucos recursos se negociam bilhões”, justificou.

De acordo com o ministro da Fazenda, o governo tem de regular os mercados financeiros para impedir o surgimento de novas crises como a de 2008. “Foi a liberdade aos mercados financeiros que fez os Estados Unidos quase irem à bancarrota”. Ele destacou ainda que a equipe econômica não permitirá que empresas brasileiras se endividem em dólares no mercado futuro como ocorreu há três anos.

Mantega informou que a equipe econômica continuará estimulando a competitividade do país para enfrentar a crise. “Vamos continuar as desonerações, de forma gradual para não impactar as contas públicas”.

O ministro negou ainda que a carga tributária (peso dos impostos sobre a economia) tenha aumentado nos últimos nove anos e atribuiu o crescimento da arrecadação à expansão da economia e à formalização do mercado de trabalho. “Em nenhum momento, reajustamos os tributos para o setor produtivo”, rebateu.

Segundo o ministro, o crescimento dos gastos públicos nos últimos anos se concentrou na expansão dos investimentos, como as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mantega ressaltou que a expansão dos gastos ajudou a manter a atividade econômica no Brasil durante a crise de 2008 e 2009.
 

 

Edição: Rivadavia Severo