Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os principais avanços tecnológicos e as pesquisas mais recentes sobre raios serão discutidos a partir de amanhã (7) na Conferência Internacional de Eletricidade Atmosférica (Icae 2011), que reunirá no Rio de Janeiro especialistas de 37 países. Criada em 1954, a conferência é realizada a cada quatro anos e ocorre pela primeira vez no Hemisfério Sul.
“Por ser a conferência mais importante, e por ser realizada a cada quatro anos, o evento reúne os principais cientistas do mundo inteiro e traz os avanços mais recentes nas áreas de pesquisa e tecnologia", disse o engenheiro Osmar Pinto Júnior, coordenador do evento e do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Entre as nove palestras programadas, na terça-feira (9) o coordenador do Elat/Inpe vai mostrar a relação entre os raios e o clima e como serão os raios no futuro. No cenário mundial de descargas atmosféricas, o Brasil segue na liderança de ocorrências, com uma média de 50 milhões de raios por ano.
“O motivo para isso é o fato de o Brasil ser o maior país da região tropical do planeta. Por ser mais quente, a região favorece a formação de mais tempestades e mais raios.”
Osmar Pinto Júnior lembrou que há 20 anos o Brasil não tinha nenhum trabalho sobre raios na Icae. O primeiro trabalho nesse campo foi apresentado por um pesquisador brasileiro na Icae, em 1996, no Japão.
“De 1996 para cá o Brasil passou da situação de ter apenas um trabalho inscrito para ser o país com a maior contribuição, com o maior número de pesquisas.” Na Icae 2011, o Brasil participa com 77 trabalhos, seguido pelos Estados Unidos, com 63 . “Isso já mostra a dimensão da pesquisa brasileira sobre raios e fenômenos elétricos atmosféricos. Hoje o país é um líder nessa área.”
Edição: Andréa Quintiere