Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), devolveu esta tarde o requerimento de criação da comissão parlamentar de inquérito que investigaria as denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes. Segundo Sarney, o documento “não atende aos requisitos necessários”, uma vez que apenas 25 senadores o assinaram.
Ontem, o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), protocolou o requerimento com as 27 assinaturas necessárias conforme o regimento interno do Senado. Mas, até esta tarde, dois senadores haviam retirado seus nomes, o que provocou a devolução do pedido de criação da CPI.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que convenceu os senadores da base aliada a retirar as assinaturas alegando que isso daria à oposição um instrumento político para ação contrária ao governo. “Não vale a pena dar à oposição uma CPI para ela fustigar o governo. A oposição vai tentar fazer uma CPI a qualquer momento. A base do governo tem condição de evitar uma CPI se os senadores e senadoras não assinarem. É isso que vamos procurar mostrar”, alegou Jucá.
Ainda de acordo com ele, o governo está investigando todas as denúncias que surgiram, argumento usado para convencer os senadores João Durval (PDT-BA) e Reditário Cassol (PP-RO) a retirar seus nomes do requerimento.
Álvaro Dias lamentou o que chamou de uma “ação” do Planalto – referindo-se ao palácio de onde despacha a presidenta Dilma Rousseff – para convencer os senadores a voltar atrás e disse que isso demonstra que há denúncias ainda não esclarecidas. “A partir dessa ação desenvolvida na calada da noite, fica explícito que não há a intenção do governo de promover mudança no modelo de promiscuidade que existe”, disse o líder do PSDB.
Ele disse que não terá dificuldades em conseguir que os 25 senadores que assinaram o requerimento recoloquem suas assinaturas e que continuará trabalhando para conseguir os dois apoios que faltam. “A oposição tem que cumprir o seu dever e vai reiniciar a coleta de assinaturas”, concluiu.
Edição: Lana Cristina