Aliados comparecem em peso à comissão para ouvir esclarecimentos de Wagner Rossi

03/08/2011 - 12h39

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Na Comissão de Agricultura, os parlamentares da base aliada estão presentes em peso na audiência em que o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, se defende das acusações feitas pelo ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Oscar Jucá Neto, de que haveria esquema de corrupção no órgão.

Em entrevista à revista Veja, Jucá Neto disse que haveria um consórcio entre o PMDB, partido de Rossi, e o PTB para controlar a estrutura do ministério e arrecadar dinheiro.

Essa matéria com questões pontuais saiu no sábado [30]. No próprio sábado, Rossi tomou a iniciativa de prestar os esclarecimentos necessários. Se ofereceu para estar aqui para, não apenas informar, mas para responder a todas as indagações em quaisquer direções que elas se coloquem”, disse o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN). “Confiamos plenamente em sua história e no seu presente”, completou.

O líder do PT, Paulo Teixeira (SP), disse que a presença do ministro na Comissão de Agricultura esclarece os fatos. “O senhor tomou as providências e suscitou o debate, na medida em que, corajosamente, afastou os acusados e convidou todos os órgãos de controle para aprofundar a investigação”, disse.

Na entrevista, Oscar Jucá Neto disse também que “a Conab é pior que o Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes]”, e que lhe foram oferecidas vantagens pelo ministro [Rossi] para ficar quieto [sobre irregularidades na Conab]".

A Controladoria-Geral da União (CGU) abriu auditoria e procedimento administrativo para apurar o caso. O PPS pediu, na Câmara, que a Comissão de Fiscalização e Controle peça que o Tribunal de Contas da União (TCU) faça uma auditoria sobre os contratos da Conab e do Ministério da Agricultura.

O líder do DEM, Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), voltou a pedir a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a corrupção no país. E disse que o partido poderá obstruir as votações em plenário como forma de pressionar pela coleta de assinaturas. “Precisaríamos, a essa altura, de uma grande CPI da corrupção no brasil”, comentou.

A possível criação de uma CPI foi criticada pelo líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), “É uma postura ditatorial querer fazer uma CPI sem as assinaturas e sem um fato determinado”, opinou.

Edição: Talita Cavalcante