Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse hoje (2) que o seu partido não está imune de ser investigado sobre qualquer irregularidade que seja denunciada nos ministérios que ocupa. Ao comentar o episódio envolvendo o irmão do líder do governo, Oscar Jucá Neto, que fez denúncias de corrupção no Ministério da Agricultura, comandado pelo peemedebista Wagner Rossi, Sarney disse que o governo não está sendo menos rigoroso com o PMDB do que foi com o PR – que sofreu com denúncias envolvendo o ex-ministro e senador Alfredo Nascimento (PR-AM).
“A orientação que ela [a presidenta Dilma Rousseff] tem tomado – parece que todos nós já estamos cientes disso – é agir com rigor em toda essa parte relativa a irregularidades na administração pública. Há uma atitude de governo e um comportamento de governo, e o PMDB não está isento, como nenhum partido. (...) Se ocorrer qualquer episódio dessa natureza, pessoas ligadas ao PMDB devem ser investigadas”, afirmou Sarney.
Segundo o presidente do Senado, não há clima de revanchismo no Congresso por causa das demissões de 22 pessoas do Ministério dos Transportes, após as denúncias que culminaram com a demissão de Nascimento.
Oscar Jucá Neto concedeu entrevista à revista Veja na qual afirmou que o patrimônio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa ligada ao Ministério da Agricultura, está sendo vendido abaixo do preço de mercado para pessoas ligadas a integrantes do PMDB e do PTB que ocupam cargos no alto escalão do ministério e da companhia.
O irmão de Romero Jucá foi demitido do ministério após denúncias de que ele havia autorizado o pagamento de uma dívida da Conab com uma empresa ligada à família Jucá, quando atuava como diretor financeiro da companhia.
Sarney falou também sobre a pauta que deverá orientar as votações do Senado no segundo semestre. Entre os principais projetos estão a lei que regulamenta o mercado de TV a cabo, o novo Código Florestal, a reforma política, o projeto sobre a nova divisão dos royalties do petróleo do pré-sal e os projetos de lei relacionados ao pacto firmado entre os Poderes Legislativo e Judiciário.
Sarney ainda quer votar a proposta de emenda constitucional relacionada à mudança no rito de tramitação das medidas provisórias (MP). Ele reafirmou hoje sua decisão de não ler nenhuma MP que chegue ao Senado com menos de dez dias para ser analisada.
Edição: Rivadavia Severo