Da BBC Brasil
Brasília - Anders Behring Breivik, um extremista de direita de 32 anos de idade, disse ter cometido tanto o ataque à bomba na capital, Oslo, que matou sete pessoas e o massacre de outras 85 em um campo para jovens na Ilha de Utoeya, ambos na sexta-feira (22).
O número de vítimas pode ainda subir já que há pelo menos quatro pessoas desaparecidas e 97 foram feridas.
O chefe de polícia, Sveinung Sponheim, disse que Breivik admitiu tanto o ataque à bomba como os tiros. "Ele diz ter agido sozinho, mas a polícia precisa verificar tudo o que ele diz. Alguns dos testemunhos coletados na ilha nos fizeram questionar se havia um ou mais atiradores", disse ele.
Sponheim disse que a polícia não procura ninguém mais no momento e que Breivik vem cooperando com o interrogatório. Ele deve aparecer perante um tribunal amanhã (25). O policial confirmou que o tempo máximo que Breivik permaneceria preso, segundo as leis norueguesas, é de 21 anos.
O advogado de Breivik, Geir Lippestad, disse que o ataque foi planejado por algum tempo. "Ele considerou ser uma crueldade ter que cometer estes atos, mas em sua mente, eram necessários", disse o advogado à imprensa norueguesa.
"Ele queria uma mudança na sociedade e, desta perspectiva, ele precisava pressionar por uma revolução. Ele queria atacar a sociedade e sua estrutura". O atirador foi preso com a chegada da polícia, cerca de 90 minutos após o início do massacre no acampamento de verão para a juventude organizado pelo Partido Trabalhista.
Lippestad disse que Breivik rendeu-se quando sua munição acabou. Ele afirmou ter ido até Uoeya para "dar um aviso ao Partido Trabalhista que o dia do juízo final está próximo a menos que eles mudem suas políticas".
O advogado acrescentou que seu cliente permaneceu calmo durante o interrogatório de dez horas. "Acredito que ele percebe o que fez e se considera capaz mentalmente", disse ele.
Hoje (24), aconteceram funerais das vítimas em diversas partes do país, inclusive na principal catedral luterana norueguesa, em Oslo. O rei norueguês Haroldo V e sua esposa, a rainha Sônia, estiveram na catedral junto com o primeiro-ministro, Jens Stoltenberg.
Stoltenberg disse aos presentes que os dois dias desde o ataque parecem "uma eternidade e as noites são repletas de angustia e lágrimas. Cada um dos que nos deixaram é uma tragédia. Uma tragédia nacional", disse o premiê.