Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os quatro policiais militares (PMs) suspeitos de executar o menino Juan Moraes Neto, 11 anos, podem ser presos a qualquer momento. O pedido de prisão temporária foi feito na noite de ontem (19) pelo Ministério Público (MP-RJ). Um dos acusados, o cabo Edilberto Barros do Nascimento, já foi indiciado pelas mortes de mais 13 pessoas. Em todos os casos, alega que elas morreram em “confronto com a polícia”.
A Divisão de Homicídios da Baixada informou hoje (20) que provas testemunhais indicam que os suspeitos mentiram e que não houve confronto com supostos traficantes. O juiz da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, Márcio Pacheco da Silva, ainda precisa avaliar o material enviado pelo MP.
Os policiais ficarão detidos por pelo menos 30 dias. A Polícia Civil informou ainda que a prisão servirá sobretudo para facilitar as investigações, porque as testemunhas não estavam querendo depor temendo represálias.
Hoje faz um mês do assassinato de Juan. O menino foi morto na comunidade Danon, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminese. Os policiais Edilberto, Isaias Souza do Carmo, Rubens da Silva e Ubirani Soares são suspeitos de dois homicídios – entre eles, o de Juan - e duas tentativas de homicídio duplamente qualificados, por motivo torpe e impossibilidade de defesa das vítimas.
Na época, os policiais militares alegaram que entraram em confronto com traficantes. Igor de Souza Afonso, 17 anos, também morreu. O irmão de Juan, Wesley Moraes, 14 anos, e Wanderson dos Santos Assis, 9 anos, sobreviveram e desmentiram os policiais. O corpo de Juan foi encontrado no Rio Botas, dias depois.
De acordo com os laudos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, todas as cápsulas encontradas no beco onde Juan e os outros rapazes foram baleados saíram da arma do cabo Edilberto.
Edição: João Carlos Rodrigues