Zoológico de Niterói é autuado por desvio de 490 espécimes nativas

13/07/2011 - 13h46

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O Zoológico de Niterói (Zenit) foi autuado hoje (13) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por desvio de 490 espécimes. Por determinação judicial, todos os animais devem ser retirados do local por agentes do instituto. Além de perder os animais, o zoológico poderá pagar multa de pouco mais de R$ 1 milhão. 

Segundo o superintendente do Ibama no Rio, Adílson Gil, cerca de 50 espécimes já foram transferidos para um santuário no interior de São Paulo. Dentre os animais estão o chimpanzé Jimmy, que já foi motivo de contenda judicial entre o Ibama e o zoológico,  macacos prego, araras e dois leões. Adilson informou que restam ainda 50 animais que deverão ser transferidos ao longo da semana. “O Ibama descobriu, por meio de investigação dos livros de registros do zoológico, que animais que eram apreendidos pelos órgãos de polícia e enviados para o zoológico, equivocadamente, eram repassados a terceiros, prática ilegal. Uma dessas pessoas ficou com 175 animais ameaçados de extinção.”

A presidenta da Fundação Zoonit, que administra o zoológico, Giselda Candiotto, disse que vai recorrer da decisão que, segundo ela, é infundada. “Já entramos na justiça contra o Ibama, porque isso é uma arbitrariedade, existem apenas algumas irregularidade referentes a adequações e obras e que estamos fazendo. Temos documentos que provam que nunca desviamos espécimes, mas sim soltamos aqueles animais de vida livre, depois de tratados e recuperados, e enviamos os espécimes que não são de vida livre e sem documentos para criadores que têm registro no Ibama.”

Desde 6 de abril, estava em vigor uma decisão da 3ª Vara Federal de Niterói, que, a pedido do Ibama, determinava a transferência de todos os animais do parque, devido a irregularidades e condições precárias do espaço físico. Dos 540, já foram retirados 233. Em fevereiro, a direção do Zoonit obteve uma liminar suspendendo a remoção dos animais, mas ela foi cassada na semana passada.

 

Edição: Lílian Beraldo