Da Agência Lusa
Brasília – Manifestantes se reúnem hoje (8) na Praça Tahrir, no Cairo (Egito), para exigir mais reformas e criticar a junta militar que está no poder. Há cinco meses, os militares assumiram o governo depois da pressão que levou à renúncia do então presidente Hosni Mubarak. Com palavras de ordem e cartazes, os manifestantes disseram que a revolução continua e que as mudanças ainda são aguardadas.
Também há protestos nas cidades de Alexandria, segunda maior do país, no Norte, e em Suez, no Nordeste, onde houve vários confrontos entre os manifestantes e a polícia. No Cairo, alguns ativistas passaram a noite em tendas montadas no meio da praça.
“A revolução nos trouxe alguma liberdade, mas queremos mais”, disse Mohammed El Said, de 20 anos. “O poder brinca conosco. Pensa que a revolução acabou e que as pessoas vão ficar em casa. Está enganado e é por isso que estamos aqui”, acrescentou.
De acordo com relatos, os policiais não estavam em grande número na Praça Tahrir e nas áreas em volta dela. Os manifestantes querem a demissão dos colaboradores do governo Mubarak e a aplicação de sanções aos policiais envolvidos na repressão das manifestações de janeiro e fevereiro.
Em 11 de fevereiro, Mubarak renunciou ao poder sob pressão interna e da comunidade internacional. Ele, os filhos e alguns colaboradores serão julgados em agosto por agressões registradas durante as manifestações.
Com a saída de Mubarak, assumiu o governo uma junta militar liderada pelo atual ministro da Defesa, marechal Tantawi, de 79 anos. Com os militares no poder provisoriamente, a expectativa era a abertura das negociações com a oposição e a instauração do processo democrático no país. Isso ocorre lentamente.