Brasil se dispõe a cooperar para reduzir desigualdades e melhorar qualidade de vida no mundo, diz Patriota em Roma

24/06/2011 - 12h33

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo da presidenta Dilma Rousseff defende que o combate à pobreza, a erradicação da fome e a paz se obtêm por meio do desenvolvimento e da cooperação, segundo o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. No seminário que trata sobre o assunto em Roma, Patriota disse hoje (24) que o Brasil se dispõe a cooperar para reduzir as desigualdades e melhorar a qualidade de vida no mundo.

Patriota disse ainda que a cooperação oferecida pelo Brasil respeita as diferenças e características de cada povo e país para firmar acordos. “A cooperação técnica brasileira é livre de condicionalidades e não prevê lucros. Responde a demandas de países em desenvolvimento que acreditam que nossas soluções podem servir de referência para suas políticas e práticas”, disse.

Segundo o chanceler, o Brasil não quer assumir o papel de doador, mas de parceiro. “O Brasil considera que a cooperação Sul-Sul [que envolve parcerias entre países das Américas do Sul e Central, além da África, da Ásia e do Oriente Médio nas áreas de pesquisas e cooperação social] não deve ser concebida como uma ajuda, mas sim como uma parceria. Os projetos de cooperação, dessa forma, são elaborados pelas autoridades brasileiras em conjunto com os dos nossos parceiros”, disse ele.

No seminário em Roma, na Itália, denominado Cooperação Técnica Brasileira: Agricultura, Segurança Alimentar e Políticas Sociais, as experiências do Brasil se destacam como exemplos que podem servir de modelo para países em desenvolvimento. Em debate estão os programas de transferência de renda até os projetos relativos à agricultura familiar e ao incentivo à agricultura para pequenos proprietários, a mecanismos de preservação e estímulo ao meio ambiente e ao desenvolvimento tecnológico.

“Em um mundo marcado por um descompasso entre o crescimento populacional e o crescimento da produção de alimentos, por restrições de acesso à água e à expansão da área cultivável, por severas condicionantes climáticas e ambientais, por assimetrias econômicas e carência de liderança política, acreditamos que podemos contribuir para a segurança alimentar de um número crescente de parceiros”, disse o chanceler.
  
Patriota, no seminário, lembrou que a cooperação técnica brasileira reúne projetos em 81 países – sendo que 45% se concentram na América Latina e no Caribe e 55% na África, Ásia e Oceania. “O Brasil desenvolve [também] cooperação técnica trilateral com o Japão, a Alemanha, os Estados Unidos, a Itália, a França, a Austrália, o Reino Unido e a Espanha”, disse. “[O Brasil] assinou recentemente memorando de entendimento sobre cooperação técnica trilateral com Israel e Egito.”

“Organizamos esse seminário porque acreditamos que as soluções que encontramos para alimentar 190 milhões de brasileiros podem, de alguma forma, contribuir para que todos os países possam conjuntamente alimentar mais de 7 bilhões de pessoas”, disse o ministro. “Acreditamos que a paz se constrói com o desenvolvimento e não há desenvolvimento sem progresso no âmbito da agricultura.”

O seminário em Roma ocorre a dois dias da eleição para o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O ex-ministro José Graziano é um dos seis candidatos ao cargo.

 

Edição: Andréa Quintiere