Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) inicia hoje (17) à noite uma campanha permanente de combate à doença no estado do Rio, com o lançamento da Carretinha da Saúde. O evento ocorrerá durante a abertura do 3º Congresso de Secretarias Municipais de Saúde.
O coordenador nacional do Morhan, Artur Custódio Moreira de Sousa, informou que o país ocupa atualmente a primeira posição no mundo em incidência de hanseníase, com cerca de 40 mil novos casos por ano, seguido do Nepal e Timor Leste. “Em números absolutos, o Brasil é o segundo. Só perde para a Índia, que tem uma população muito maior que a nossa”.
Ele explicou que o estado do Rio, embora apresente uma incidência duas vezes menor que a média nacional, tem municípios “silenciosos”. Isso significa que essas cidades devem ter casos da doença que não são identificados.
O movimento levará para o congresso a Carretinha da Saúde, uma unidade móvel com três consultórios. O objetivo, segundo Artur Sousa, “é sensibilizar os secretários para que façam a campanha em seus municípios”. A carreta será colocada à disposição das secretarias gratuitamente. A iniciativa é baseada na experiência do Caminhão da Saúde, uma unidade com cinco consultórios que, no momento, percorre as regiões Norte e Nordeste do país e que já identificou, no período de um ano, mais de mil casos de hanseníase.
O coordenador nacional do Morhan informou que a campanha pretende chegar a lugares onde é precário o acesso da população aos serviços de saúde. Incluem-se, nesse caso, as populações vulneráveis ou excluídas culturalmente, os catadores de lixo, ciganos, índios, remanescentes de quilombos, além de populações rurais e moradores de comunidades carentes. “Você identifica os casos e, depois, os municípios acompanham até a cura”, disse Sousa.
Ele afirmou que não há razão para que os secretários não se engajem na iniciativa. “Ainda mais que os medicamentos são doados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”. Haverá também capacitação de médicos para o atendimento aos portadores da doença, em parceria com a Secretaria de Saúde do estado. Os principais sintomas da hanseníase são manchas na pele, com diminuição ou perda de sensibilidade. “Com isso, você identifica mais de 90% dos casos”, disse Sousa. Nos 10% restantes são necessários exames aprofundados.
A Carretinha da Saúde permanecerá no estado do Rio durante dois anos. Artur Moreira de Sousa disse que a ideia é, a partir de 2013, ter uma carreta semelhante em cada estado. “Vai depender de apoio”, acrescentou.
O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães, representará o ministro Alexandre Padilha no congresso do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde fluminenses (Cosems RJ).
Edição: Graça Adjuto