Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em seu discurso de despedida do Senado, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que assume hoje (8) o comando da Casa Civil da Presidência da República, negou o rótulo de ser um “trator” na defesa dos interesses do governo e disse esperar o apoio da Casa para desempenhar a nova função. Ela vai substituir Antonio Palocci, que deixou ontem (7) o cargo, após denúncias de suposto enriquecimento ilícito quando era deputado federal.
“Não considero essa a melhor metáfora [trator] para quem exerce a política e sempre se dispôs a debater, ouvir e construir consenso”, discursou Gleisi. “A manifestação democrática é o maior instrumento que temos para avançarmos no desenvolvimento do nosso país e acredito que o desfecho dela é a decisão da maioria. Gostaria de manter a convivência respeitosa que iniciamos nesta Casa.”
A senadora afirmou ainda reconhecer o peso de assumir a Casa Civil e disse estar preparada para o cargo. “Quis Deus, por intermédio da presidenta [Dilma Rousseff], que eu ficasse mais próxima para esse auxílio e tenho muita clareza dessa missão. A quem é muito é dado, muito será cobrado.”
Gleisi ressaltou que defendeu o governo no Senado não apenas por pertencer ao mesmo partido da presidenta, mas também por acreditar no modelo “de desenvolvimento econômico inclusivo, no qual as pessoas são o objetivo maior”.
“A presidenta Dilma me confiou uma nova missão e vou cumpri-la, levando em conta muito do que aprendi no Senado. Assim como a presidenta, a minha caminhada tem uma razão de ser, que é a favor do Brasil e do seu futuro.”
A senadora paranaense também elogiou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e os líderes do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), e do PT, Humberto Costa (PE). Gleisi ainda fez “deferência” à oposição, com a qual teve debates duros. “Mas prevaleceu sempre a convivência democrática. Viver exposta ao contraditório é condição da vida parlamentar e da vida democrática.”
Gleisi toma posse no cargo de ministra-chefe da Casa Civil às 16h, em cerimônia no Palácio do Planalto.
Edição: João Carlos Rodrigues