Da BBC Brasil
Brasília - O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, sofreu ferimentos mais graves do que se acreditava durante um ataque de forças da oposição na capital iemenita, Sanaa, na semana passada. Saleh sofreu queimaduras em 40% do corpo e um sangramento intracraniano. Há queimaduras de segundo grau no peito e no rosto. Ele tem ainda um pedaço de estilhaço de cerca de 7,6 centímetros alojado embaixo do coração.
As informações são atribuídas a autoridades do governo dos Estados Unidos. O ataque com foguetes e morteiros ao palácio presidencial ocorreu no último dia 3, depois de uma série de conflitos entre forças leais ao governo e seguranças do líder do clã Hashid, Sadiq Al Ahmar - um dos mais principais chefes tribais do Iêmen.
Saleh foi levado para um hospital na Arábia Saudita. Ele viajou após passar o governo interinamente para as mãos do vice, Abu Rabbu Mansour Hadi. Hadi, entretanto, detém pouco poder na prática, já que filhos e outros parentes de Saleh ocupam postos-chave no comando das forças de segurança. Segundo o vice-presidente, Saleh deve voltar ao Iêmen dentro de alguns dias.
Saleh não é visto em público desde o ataque do dia 3, que deixou sete mortos e vários membros do governo feridos. O presidente se recusa a deixar o poder apesar de protestos de rua e da revolta de líderes tribais, que levaram o país próximo da guerra civil. Os protestos já causaran a morte de mais de 350 pessoas.
As informações sobre o estado de saúde de Saleh foram divulgadas, hoje (7), em meio a relatos de novos choques nas cidades de Taiz e Zinjibar, no Sul do Iêmen. Pelo menos 15 pessoas morreram em Zinjibar durante choques entre militares.