Desafios do presidente eleito do Peru estão concentrados na área social, diz especialista

07/06/2011 - 15h30

Adriana Nasser*
Enviada Especial da TV Brasil

Lima – Quando assumir, em julho, a Presidência do Peru, o nacionalista de esquerda Ollanta Humala, de 48 anos, terá pela frente o desafio de reduzir as desigualdades sociais e o número de famílias na faixa de pobreza e estimular os peruanos a não deixar o país em busca de oportunidades melhores no exterior. A análise é do economista Jorge Gongalez Izquierdo, professor da Universidad del Pacifico.

“O grande desafio de Humala é a parte social. O atual modelo econômico rendeu bons números, mas falta a distribuição do crescimento. Nos últimos 20 anos, a entrada de riquezas no país ficou concentrada nas mãos de poucos”, analisou Izquierdo.

O professor disse que o modelo atual da economia peruana permitiu o crescimento médio de 8% ao ano, com inflação de 2% anual e reservas internacionais de US$ 56 bilhões, que podem ser usadas no pagamento da dívida externa. “É uma situação fiscal muito melhor do que a de muitos países”.

No entanto, na área social o Peru esbarra com dificuldades expressivas. De acordo com o professor,
dos 29,1 milhões de habitantes, 30% são considerados pobres e 10% estão na faixa da extrema pobreza. “São quase 3 milhões de peruanos que morrem um pouco a cada dia”.

O acadêmico lembrou ainda que, a cada ano, mais peruanos vão para o exterior em busca das oportunidades que não encontram no país natal. Segundo Izquierdo, este é outro desafio a ser enfrentado por Humala. “É preciso fazer algo para que os peruanos fiquem no país”, afirmou ele.

Em uma eleição apertada, anteontem (5), Humala venceu a disputa com a conservadora Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori. Pelos últimos dados oficiais, com 95,5% das urnas apuradas, o vitorioso obteve 51,5% dos votos contra 48,4% de Keiko.

*Colaborou Renata Giraldi, de Brasília

Edição: Vinicius Doria