Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Floresta em pé pode gerar lucros e se estiver regularizada, evita muitos dos problemas de violência, como os ocorridos recentemente na Região Norte contra lideranças rurais. É com essa premissa que o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Antônio Carlos Hummel, inicia hoje (6), em Altamira (PA) uma oficina de Desenvolvimento Organizacional Participativo para 30 técnicos da sociedade civil e lideranças comunitárias das regiões da Transamazônica e do Rio Xingu, ligadas ao manejo florestal comunitário.
“As práticas de manejo florestal hoje em dia são adequadas para manter o potencial delas e, de quebra, gerar renda para as populações locais. Infelizmente boa parte da população ainda não sabe disso”, disse Hummel.
Para divulgar esses conhecimentos, o Serviço Florestal Brasileiro inaugura hoje em Altamira (PA) o primeiro de quatro cursos programados para a Região Norte. “Há uma tendência fortíssima de as ações serem direcionadas a municípios com crimes associados, em regiões onde a violência está presente”, disse o diretor da entidade.
"A centralidade dos problemas de violência na Amazônia está na posse de terra. Muitos dos conflitos socioambientais e fundiários que ocorrem na região são consequência da não regularização da situação fundiária", avalia Hummel.
O objetivo do primeiro curso, em Altamira, será o de ajudar os participantes na avaliação de organizações comunitárias as quais estejam vinculados, como cooperativas e associações, a fim de identificar áreas em que possam ser melhoradas.
“Queremos ajudá-los a fortalecer a economia florestal da região, valorizando seus recursos e fornecendo a capacidade técnica que essas comunidades precisam para alcançar seus objetivos”, acrescentou Hummel.
Segundo o diretor do Serviço Florestal, no caso da região de Altamira, o esforço tem de ser concentrado na valorização da floresta e no consumo sustentável.
Hummel explicou que essas metodologias “são bastante simples e acessíveis. Basta ao interessado procurar o Serviço Florestal, o Incra [Instituto Nacional de Colonização e de Reforma Agrária] ou as agências de fomento dos estados, para ter acesso a ela”.
A oficina em Altamira vai durar cinco dias e envolverá a Unidade Regional do Serviço Florestal em Santarém (PA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, entre outros órgãos federais e estaduais, além de seis organizções não governamentais e duas organizações comunitárias. A capacitação, dividida em módulos, será feita ao longo do primeiro e segundo semestres do ano.
Edição: Rivadavia Severo