Renata Giraldi e Roberta Lopes
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – A comunidade internacional e o Brasil se preparam para legitimar o governo do presidente de Honduras, Porfírio Pepe Lobo, mas a iniciativa depende ainda do regresso do presidente deposto, Manuel Zelaya, a Tegucigalpa. A reintegração de Honduras é tema da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), em El Salvador, de 5 a 7 de junho. O país foi afastado do órgão há quase dois anos por causa do golpe de Estado que retirou Zelaya do poder.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Tovar Nunes, afirmou hoje (25) à Agência Brasil que a tendência é de “pleno reconhecimento” do atual governo desde que seguidas as recomendações para a consolidação da democracia e das instituições no país. “Há uma forte tendência de normalização das relações entre o Brasil e Honduras e de legitimar o governo Lobo. Acompanhamos o calendário interno de Honduras”, disse.
No último dia 22, em Cartagena, na Colômbia, foi assinado um acordo entre Lobo e Zelaya que permite, sem riscos de punições, o retorno do presidente deposto a Honduras. A iniciativa foi definida como principal condição pela OEA, depois de quase dois anos de suspensão de Honduras do órgão. O país foi suspenso após o golpe de Estado que levou à saída de Zelaya do poder, em outubro de 2009.
Em 28 de junho de 2009, ele foi retirado da residência oficial por um grupo coordenado por representantes das Forças Armadas, da Suprema Corte e do Parlamento. O ato foi considerado um golpe de Estado pela OEA, pelo Brasil e por vários países da região. Meses depois, o presidente deposto pediu abrigo à embaixada brasileira em Honduras, onde permaneceu até a eleição de Pepe Lobo.
Desde então, Zelaya vive na República Dominicana. Como parte das negociações, no início de maio, a Justiça de Honduras anulou os processos de corrupção contra o ex-presidente. O acordo assinado no dia 22 foi mediado pelos governos da Colômbia e Venezuela.
A anistia a Zelaya e o seu retorno a seu país, sem riscos de punições, são as principais exigências dos integrantes da OEA para aceitar a reincorporação de Honduras à organização. A expectativa é que Zelaya regresse a Tegucigalpa no próximos dia 28.
No entanto, a reintegração de Honduras e o reconhecimento do governo Lobo ainda esbarram em desconfianças de parte da comunidade internacional, como os países que integram a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) – Venezuela, São Vicente e Granadinas, Nicarágua, Equador, Dominica, Cuba, Bolívia e Antigua e Barbuda. Para os líderes desses países, é necessário esperar a efetivação das medidas para o regresso de Zelaya a Honduras.
Edição: Juliana Andrade