Hospital de SP reforça importância do diagnóstico da hipertensão no dia mundial de combate à doença

17/05/2011 - 16h41

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Para alertar a população paulistana sobre a hipertensão, doença que atinge cerca de 33 milhões de brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde, o Hospital do Rim e Hipertensão de São Paulo fez uma ação na manhã de hoje (17), dia mundial de combate à doença, para estimular os pacientes a fazerem uma avaliação da pressão arterial.

“A hipertensão é uma doença crônica que, na maioria dos pacientes, não tem uma causa determinada”, disse a médica Frida Liane Plavnik, nefrologista do Hospital do Rim. Frida explicou que o sangue faz pressão ao passar pelas artérias. “E quando as artérias oferecem uma resistência à passagem desse sangue, a pressão sobe. Por isso é [chamada] hipertensão arterial”, explicou. Só é possível diagnosticar a hipertensão, segundo ela, medindo a pressão. “A hipertensão é, na maioria das vezes, uma doença assintomática”, afirmou a médica.

Por isso, o ideal é que a pressão seja medida pelo menos uma vez por ano. “Se ela estiver dentro de faixas normais – e consideramos pressão ótima abaixo de 12 por 8 – então ela vai repetir anualmente essa avaliação. Se houver alteração, se ela [pressão] estiver acima de 14 por 9, a orientação é que essa medida seja feita em duas semanas para ver se isto se confirma. Se estiver muito acima de 17 por 11, por exemplo, deve-se iniciar tratamento”, disse a médica.

Uma das ações promovidas pelo hospital colocou nos pacientes um equipamento chamado Mapa (Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial), que avalia a pressão arterial durante 24 horas. O equipamento, que é uma espécie de braçadeira, acoplada a um gravador preso na cintura, auxilia os médicos a desenhar um perfil do paciente e um gráfico de sua pressão durante todo o dia. “O paciente vai para casa com o aparelho e continua sua vida normal, com a correria normal”, explicou a médica.

A Mapa, segundo ela, é importante para analisar a pressão do paciente fora do ambiente hospitalar, onde a medição é feita apenas de maneira pontual. Isso evita, por exemplo, que um paciente que sofre do “efeito do avental branco”, em que sua pressão só sobe ao estar na frente de um médico, seja diagnosticado como hipertenso. E também ajuda a dar o diagnóstico para os pacientes que sofrem de “hipertensão mascarada”, quando ocorre o efeito contrário: a pressão fica baixa no consultório, mas cotidianamente, a pressão é alta. “Esse é um paciente que nos preocupa muito. E isso acontece em cerca de 10 a 15% da população”, disse.

A médica alertou que a hipertensão pode provocar insuficiência cardíaca, derrame e até infarto. O tratamento, de acordo com ela, consiste em uma medicação adequada e também na modificação do estilo de vida da pessoa, que deve ingerir baixa quantidade de sal, fazer atividades físicas regularmente e evitar fumar.

Duas das pacientes que colocaram a Mapa hoje pela manhã para terem a pressão arterial monitorada até amanhã (18) foram Maria de Fátima Azevedo Garcia, 63 anos, que trabalha no próprio hospital, e a aposentada Helia Maria Soares, 70 anos. Ambas falaram sentir um pouco de desconforto ao usar o aparelho por todo o dia. “É um pouco incomodo na hora do banho”, disse Maria de Fátima.

No entanto, as duas pacientes ressaltaram a importância de se diagnosticar e controlar a hipertensão. "[É importante] para não correr risco de infarto e outros problemas. Sou sempre acompanhada aqui [no hospital]. Já faz 24 anos que sou acompanhada”, disse Helia, que contou hoje ter a pressão controlada. “Tomo remédio, estou sempre passando no médico, faço caminhada e dieta, não abuso muito não. E vivo bem”, afirmou.

 

 

Edição: Rivadavia Severo