Subsecretário do RJ rebate críticas de professor ao planejamento do sistema de mobilidade urbana para a Copa

15/05/2011 - 13h14

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O subsecretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Delmo Pinho, contestou a avaliação feita pelo professor de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Fernando Mac Dowell sobre os sistemas de mobilidade urbana adotados pelo Brasil para a Copa do Mundo de 2014. Para Mac Dowell, não há planejamento do país nesse setor. “Ele não tem todas as informações”, disse Pinho, esclarecendo que falava sobre o caso específico do Rio.

De acordo com Pinho, todas as ações que estão sendo desenvolvidas pelo governo fluminense e pela prefeitura do Rio de Janeiro priorizam o transporte público coletivo e os corredores de transporte de massa. Essa é a primeira vez que o governo dá prioridade para o setor, assinalou.

O caso do Rio de Janeiro é diferente do restante do país, porque a cidade vai sediar jogos da Copa e os Jogos Olímpicos de 2016. O conjunto de ações desenvolvidas pelo governo fluminense e pela prefeitura é denominado Anel de Alta Capacidade. Um exemplo é a conexão do metrô até a Barra da Tijuca. “A situação hoje é confusa no trânsito porque há um excesso de automóveis e ônibus e as vias que vão para aquela região não têm capacidade.”

A prioridade está sendo dada para o metrô e para o sistema de trens urbanos, que atende a grande parte da região metropolitana. “Neste momento, estamos com o maior investimento programado no sistema de trens do Rio de Janeiro dos últimos 30 anos”, disse Pinho. Até dezembro de 2015, serão investidos no setor R$ 2,5 bilhões e estarão operando mais de 230 trens - 120 novos e 70 reformados.

“Isso vai permitir que o sistema de trens do Rio tenha capacidade suficiente para atender uma demanda estimada de 1 milhão de passageiros por dia”, acrescentou o subsecretário. Hoje, a demanda está em torno de 520 mil passageiros/dia.

O sistema de transporte do Rio para a Copa e as Olimpíadas deve receber recursos superiores a R$ 12 bilhões, segundo Pinho. Nesse montante, estão incluídos R$ 5 bilhões de investimentos do Poder Público no metrô, R$ 2,5 bilhões no sistema de trens e mais os investimentos privados em novas estações das linhas 1 e 2 do metropolitano, além de recursos públicos e privados em outros projetos. “É uma soma inédita. Isso ajuda a promover uma requalificação urbana do Rio.”

Outros projetos estão sendo trabalhados simultaneamente pelo governo fluminense, entre os quais a reformulação do sistema de barcas para aumento da capacidade de transporte de passageiros. Na infraestrutura rodoviária, Pinho destacou o Arco Metropolitano, que vai desviar o tráfego da região metropolitana; a conexão da Via Light com a Avenida Brasil, para desobstruir boa parte da Rodovia Presidente Dutra, oferecendo uma alternativa para os usuários de transporte rodoviário. Estudos estão avançados também em relação à Avenida Canal, para a construção de uma via paralela à Avenida Brasil, entre Nova Iguaçu e Caxias.

“Não dá para dizer que não há planejamento”, afirmou Pinho, ao rebater a avaliação de Mac Dowell. Em relação ao aeromóvel, defendido pelo professor da UFRJ como solução ideal para as cidades brasileiras, o subsecretário disse que se trata de um equipamento cuja capacidade operacional ainda não está devidamente comprovada na prática. “Existe uma linha em Jacarta, na Indonésia, que está em uma área de parque, e outra linha experimental em Porto Alegre.”

Pinho disse achar estranho que o professor da UFRJ aponte como alternativa para melhorar a mobilidade urbana um sistema de transporte de massa que não tem sua capacidade comprovada, como o aeromóvel.

 

Edição: João Carlos Rodrigues