Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A inflação pode bater o limite da meta (6,5%), mas não fugirá do controle e não prejudicará o crescimento da economia, garantiu hoje (3) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Segundo ele, o governo tem conseguido conciliar o crescimento da economia com inflação mais baixa.
“Temos controlado e agido quando precisa. Em 2011, com essas condições, a inflação não escapará do controle. Pode bater o limite da meta, mas não fugirá do controle”, disse.
De acordo com Mantega, o governo está atento e empenhado em combater a inflação, mas não pode derrubar o crescimento. Ele destacou que o importante é fazer os ajustes com equilíbrio. “Se for para derrubar o crescimento, qualquer um faz. A arte da coisa é fazer com equilíbrio. Temos condições e estamos tomando as medidas certas. Esta sintonia fina não é fácil.”
Ele voltou a destacar a redução da influência de fatores climáticos comuns no início do ano, como a chuva, e a previsão de queda dos preços de alimentos e dos combustíveis, principalmente do álcool. “O etanol vai cair em maio. São Pedro não está nos ajudando muito. Não há risco e tomaremos as medidas necessárias.”
O ministro falou ainda sobre a concorrência desleal de produtos importados. Segundo ele, o governo está atendo para tomar a medidas necessárias a fim de que a indústria nacional não tenha prejuízos. “Amanhã [4] teremos reunião com o Grupo de Avanço da Competitividade [GAC]", informou. O encontro deverá servir para discutir medidas que estabeleçam maior controle de qualidade sobre os produtos importados.
Mantega tem defendido em diversas ocasiões os ajustes, por considerá-los necessários para manter o crescimento sustentável próximo de 5% e enfrentar os problemas nacionais e internacionais, com a consolidação fiscal e o fim dos estímulos econômicos adotados durante a crise.
Entre essas medidas está o corte de R$ 50 bilhões nos gastos públicos, mas com a manutenção dos investimentos. Ele também defende a redução da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 12% ao ano.
O ministro destacou ainda o superávit primário de R$ 25,5 bilhões do Governo Central (Banco Central, Previdência Social e Tesouro Nacional) nos primeiros três meses do ano. A meta do quadrimestre é de R$ 22,9 bilhões.
Edição: Juliana Andrade