Construção civil tem queda da atividade no primeiro trimestre, segundo CNI

03/05/2011 - 15h54

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Depois de um ano de forte crescimento, o setor da construção civil registrou, nos três primeiros meses de 2011, queda da atividade, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na avaliação dos empresários sondados, a atividade ficou, em março, em 49,9 pontos, confirmando queda já verificada em fevereiro (49 pontos) e em janeiro (47,2 pontos).

Na pesquisa, os indicadores são medidos em escala que vai de 0 a 100 pontos. Quanto mais próximo de 0 for a pontuação, pior o resultado do indicador. Quanto mais próximo de 100, melhor. Quando registra 50 pontos, é verificada a estabilidade ante o mês anterior.

Ao longo de 2010, o desempenho do setor de construção ficou acima de 50 pontos em todos os meses do ano. Janeiro, que registrou a pior marca, atingiu 50,5 pontos. Em relação a janeiro deste ano, uma diferença de 3,3 pontos.

“No fim de 2010, o setor começou a sentir uma redução na atividade”, explicou o gerente executivo de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca. “O início dos governos paralisou as obras de infraestrutura e a redução do ritmo de crescimento e a falta de mão de obra qualificada acabaram reduzindo a atividade do setor de construção de edifícios.”

Esses fatores afetaram também a situação financeira da construtoras. Na sondagem de março, esse item ficou com 50,8 pontos. Apesar de ainda ser positivo, é o pior já registrado em todas as pesquisas sobre construção feitas pela CNI desde 2009.

Já a margem de lucro operacional do setor, em março, foi considerada insatisfatória pelos empresários. Na sondagem, o item ficou com 49 pontos.

Esses indicadores já sinalizam a possibilidade de baixo crescimento no restante do ano. De janeiro a março, o índice que mede a expectativa do setor para os próximos seis meses caiu de 63 para 60,8 pontos. O indicador de março é positivo, porém, o segundo menor da história das sondagens da CNI.

“Certamente, este ano será pior que o passado”, disse Fonseca. “As obras de infraestrutura devem ser retomadas e o país continua crescendo. Porém, dificilmente vamos conseguir igualar o desempenho de 2010.”

Edição: Vinicius Doria