Da BBC Brasil
Brasília - O governo do presidente da Líbia, Muammar Khadafi, informou hoje (22) que a decisão dos Estados Unidos de enviar aviões não tripulados para o país como parte das operações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) causará mais mortes de civis.
O vice-ministro das Relações Exteriores líbio, Khaled Kaim, disse que mais ataques aéreos irão minar quaisquer argumentos por parte da Otan e dos Estados Unidos de que a operação militar no país representa um apoio à democracia na Líbia.
''[Os aviões não tripulados] irão matar mais civis e isso é muito triste. Eles afirmam que estão apoiando a democracia. Apoiar a democracia, penso eu, é ajudar as pessoas a se sentarem juntas e conversarem juntas sobre o futuro'', afirmou Kaim.
O vice-ministro líbio acrescentou ainda que ''cabe aos líbios escolher seu futuro'' e que isso não se dará com ''o envio de mais armamentos ou com a realização de mais ataques aéreos ou mais dinheiro e armamentos aos rebeldes. Creio que o que eles estão fazendo é antidemocrático e ilegítimo. Eu espero que eles revejam essa decisão.''
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, afirmou que os aviões não tripulados Predator, armados com mísseis, teriam condições de atingir alvos militares do regime líbio de forma mais eficaz.
O secretário de Defesa afirmou que a autorização para o uso dos aviões Predator já foi dada pelo presidente Barack Obama. “O presidente disse que, onde temos algumas capacidades únicas, ele está disposto a usá-las”, disse Gates. “E na verdade ele aprovou o uso de aviões Predator armados, e eu acho que hoje será a sua primeira missão.”
Kaim disse que a decisão de usar os aviões na Líbia se deve “à situação humanitária” no país e dará “precisão” às ações americanas. Segundo Gates, o envio dos aviões à Líbia representa uma “modesta contribuição” dos Estados Unidos aos esforços da comunidade internacional.