Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As áreas urbanas de Brasília vão mudar consideravelmente nos próximos anos. A tendência, de acordo com o professor de geografia da Universidade de Brasília Aldo Paviani é que, com o crescimento acelerado da população e a especulação imobiliária, as cidades acabem formando uma só região metropolitana, assim como ocorre em São Paulo e Belo Horizonte.
"Brasília é uma cidade polinucleada, ou seja tem um núcleo central, que é o Plano Piloto, e outros núcleos múltiplos [regiões administrativas]. Ultimamente o que se nota é o que em geografia urbana se chama de conurbação, que é o emendamento de dois ou mais núcleos", afirmou.
Segundo ele, cidades como Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Águas Claras e mais recentemente o Guará já estão passando por esse processo. "Antigamente tinha-se uma delimitação entre um espaço e outro. [Com o processo de conurbação] perde-se qualidade de vida."
Para Paviani, não há nenhuma vantagem no polinucleamento e na conurbação, pois a maioria dos núcleos do Distrito Federal ainda depende economicamente do Plano Piloto. "A conurbação é resultado do extremo aquecimento do mercado imobiliário. Por isso, a cidade cresceu desse jeito."
De acordo com ele, a cada ano há uma nova cidade no Distrito Federal, com cerca de 70 mil habitantes. "Essa é uma perspectiva que eu faço. Mas é o que está acontecendo. A gente passa pela cidade e nota que o polinucleamento diminuiu. Vai se tornar uma São Paulo, sem espaços livres para as futuras gerações."
Atualmente, de acordo com a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), o Distrito Federal tem 2,6 milhões de habitantes. Além de Brasília, há ainda 30 regiões administrativas, anteriormente chamadas de cidades satélites.
Edição: Talita Cavalcante