França e Itália anunciam missão militar para apoiar rebeldes líbios

20/04/2011 - 16h51

Da BBC Brasil

Brasília – Os governos da França e a Itália seguiram a Grã-Bretanha e anunciaram hoje (20) que enviarão militares para que sirvam de apoio às forças de oposição ao governo do presidente da Líbia, Muammar Khadafi. Um porta-voz do governo francês François Baroin disse que serão enviadas dez pessoas. Segundo ele, a iniciativa está sustentada na resolução das Nações Unidas (ONU) que autorizaram a intervenção internacional na Líbia.

Baroin ressaltou que a cooperação não constituirá um envio de forças militares para a Líbia. De acordo com o porta-voz, o reforço militar não representa envio de contingente em terra para a o país do Norte da África. "Não estamos prevendo enviar tropas de combate no chão", disse Baroin.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse hoje que vai intensificar os ataques às forças de Khadafi. A afirmação ocorreu depois de uma reunião com integrantes do conselho de oposição, que instaurou um governo paralelo na cidade de Benghazi.

No comunicado oficial, o governo da França não esclarece como se daria essa intensificação de ataques na Líbia. Segundo o texto, a oposição se comprometeu a construir a democracia "pela via das urnas, não sobre um tanque de guerra".

Ontem (19) a Grã-Bretanha anunciou o envio de um grupo de militares para prestar apoio logístico e de inteligência e treinar os rebeldes em Benghazi. O ministro britânico do Exterior, William Hague, descreveu os objetivos da missão como "melhorar as estruturas de organização, comunicação e logística" dos rebeldes.

O ministro da Defesa italiano, Ignazio La Russa, anunciou hoje que seu país pode tomar medida semelhante. Na resolução 1973, aprovada em março pelo Conselho de Segurança da ONU, estão autorizadas "todas as medidas necessárias" – com exceção de ocupação militar – para proteger a população civil líbia contra os ataques de Khadafi.

Para o ministro líbio do exterior, Abdul Ati Al-Obeidi, a presença de pessoal militar estrangeiro no país representa um "passo atrás" no caminho para a paz. O ministro apoiou o plano da União Africana – rejeitado pela oposição – que propõe um cessar-fogo e um prazo de seis meses para a realização de eleições, sob supervisão da ONU.