Delegação africana diz que Khadafi aceita plano de cessar-fogo

11/04/2011 - 7h44

BBC Brasil

Brasília - O presidente da África do Sul e líder da União Africana, Jacob Zuma, anunciou que o líder na Líbia, Muammar Khadafi, aceitou o plano da União Africana por um cessar-fogo no país. O anúncio ocorreu ontem (10), dia de confrontos intensos na região e de bombardeios sem precedentes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

“A delegação do irmão líder [Khadafi] aceitou o mapa do caminho apresentado por nós”, disse Zuma, em Trípoli, acompanhado por outros quatro líderes africanos, em uma visita que buscava uma trégua nos dois meses de confrontos no país norte-africano. “Temos que dar uma chance ao cessar-fogo”, disse o sul-africano.

Porém, há informações de que as forças aliadas a Khadafi e os oposicionistas não sinalizam disposição em fazer concessões que levem a uma paz no curto prazo. A delegação da União Africana vai se reunir hoje (11) com representantes do governo interino liderado pela oposição, em Benghazi, considerada capital dos oposicionistas.

Um dos representantes da oposição líbia Guama al Gamaty disse que o plano de cessar-fogo será analisado com cuidado, mas agregou que qualquer projeto destinado a manter Khadafi e seus filhos no poder não será aceito pelos insurgentes.

No mesmo momento que ocorria a visita diplomática, os confrontos continuavam em várias regiões da Líbia. A Otan anunciou ter destruído 25 tanques das tropas de Khadafi, com bombardeios aéreos perto das cidades de Ajdabiya (Leste da Líbia) e Misrata (a Oeste do país). Segundo o comando da aliança, o objetivo da ofensiva aérea é proteger os civis líbios, que estavam “encurralados de forma brutal” pelos tanques de Khadafi.