Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Polícia Civil distribuiu a carta encontrada na mochila do atirador Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que atingiu hoje (7), com tiros de revólver, vários alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo. Escrita em computador e assinada por ele a mão, a carta, de uma página, traz um texto desconexo e com falhas de pontuação.
Na carta, ele fala em Deus e de pessoas impuras que não poderão tocar em seu corpo “sem usar luvas, somente os castos ou os que perderam sua castidade após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas”.
Em outro trecho, ele diz que, se possível “quero ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe dorme. Minha mãe se chama Dicéa Menezes de Oliveira e está sepultada no Cemitério de Murundu”.
Wellington pede que um “fiel seguidor de Deus ore diante de sua sepultura pelo menos uma vez pedindo o perdão de Deus pelo que eu fiz”, rogando para que, na sua vinda, “Jesus me desperte do sono da morte para a vida eterna”.
No documento, Wellington diz que deixou uma casa em Sepetiba, também na zona oeste e pede que seja doada para pessoas que cuidam de animais. “Eu quero que esse espaço onde eu passei meus últimos meses seja doado a uma dessas instituições, pois os animais são seres muito desprezados e precisam muito mais de proteção e carinho do que os seres humanos, que possuem a vantagem de poder se comunicar, trabalhar para se sustentar, os animais não podem pedir comida ou trabalhar para se alimentarem”.
A Escola Municipal Tasso da Silveira é um prédio de três andares, que atende a alunos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, com idades entre 6 e 15 anos. A escola funciona em dois turnos, sendo que, no período matutino, que foi quando o atirador entrou na escola, estudam cerca de 400 alunos.
Edição: Lana Cristina