Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, se reúne hoje (1º) com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, em Santiago. Piñera quer reiterar o convite para que a presidenta Dilma Rousseff visite o país.
O Chile e o Brasil mantêm parceria comercial intensa, que atingiu no ano passado US$ 8,3 bilhões, um aumento de 58% em relação a 2009. No cenário político internacional, o Brasil negocia o apoio dos chilenos para a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a candidatura para ocupar a direção-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Em 2010, o Chile foi o segundo maior mercado para produtos brasileiros na América Latina. O Brasil, por sua vez, foi o quarto principal parceiro comercial do Chile. Os investimentos do Brasil no Chile somam US$ 2 bilhões, com tendência de elevação, segundo analistas brasileiros. As principais parcerias se concentram nos setores de energia, mineração, construção civil e financeiro.
Ainda hoje, Patriota vai se reunir com o ministro das Relações Exteriores do Chile, Alfredo Moreno. O governo chileno já indicou que apoia a reforma do Conselho de Segurança da ONU e a campanha do Brasil para ser membro permanente do órgão. Os chilenos também sinalizaram que vão apoiar a candidatura do ex-ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome José Graziano da Silva à direção-geral da FAO. A eleição ocorrerá entre 25 de junho e 2 de julho.
O Brasil e o Chile também articulam acordos para a cooperação em assuntos antárticos, energéticos e agrícolas, além da negociação sobre investimentos e o interesse brasileiro no projeto “E-ELT” – o maior telescópio terrestre do mundo, a ser instalado no Norte do Chile em 2018. No plano regional, será conferida ênfase à atuação dos dois países no Haiti e à coordenação no âmbito da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
De acordo com diplomatas chilenos, o governo do Chile tem apreço pelo Brasil não só por anos de parceria, mas também porque quando houve o terremoto de 27 de fevereiro de 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro líder político estrangeiro a visitar o país e oferecer ajuda.
Edição: Graça Adjuto