Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A duas semanas do anúncio oficial das eleições presidenciais no Haiti, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, recomendou hoje (31) ao futuro presidente que se mantenha em contato permanente com a comunidade internacional. Ki-moon disse ainda que o sucessor do atual presidente haitiano, René Préval, dependerá da ajuda estrangeira para garantir a paz e a prosperidade do país.
As informações são das Nações Unidas.O secretário assegurou o apoio da Minustah, que é a missão de paz da ONU, ao país. Também reiterou o apelo para que a comunidade internacional mantenha a parceria com o governo do Haiti.
“O Haiti tem a chance de fazer um novo começo sob uma nova administração", disse Ki-moon. "A nova liderança deve tentar curar as feridas de uma sociedade profundamente polarizada e dar emprego, educação e serviços para uma população que é economicamente empobrecida.”
Ki-moon se referiu à sequência de fatos registrados no Haiti. Desde 12 de janeiro de 2010, quando houve o pior terremoto da história do país, os haitianos tentam reconstruir o país. Cerca de 230 mil pessoas morreram. Em seguida, uma epidemia de cólera matou cerca de 4,6 mil pessoas e contaminou mais de 240 mil haitianos.
"As Nações Unidas trabalham com o novo governo e todos os setores da sociedade haitiana para melhorar o Estado de direito no Haiti e para assegurar que os direitos básicos à população”, afirmou Ki-moon.
No último dia 20, a ex-primeira-dama Mirlande Manigat e o músico popular Michel Martelly disputaram a corrida presidencial. O resultado das eleições serão divulgados no próximo dia 16. As votações foram marcadas por momentos de violência e denúncias de irregularidades. No entanto, as autoridades haitianas negaram ameaças à lisura do processo eleitoral.
"O novo governo do Haiti herdará um conjunto de desafios, com mais uma temporada de furacões, uma grave falta de especialização do setor público e um crescente desencanto da população em geral com lideranças políticas”, disse o secretário-geral da ONU. "Os poderes Executivo e Legislativo terão de trabalhar juntos para satisfazer as aspirações do povo haitiano.”
Para Ki-moon, o retorno ao Haiti do ex-ditador Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, deve estimular as autoridades à promover um julgamento correto e confiável. “Deve haver uma mensagem clara para o povo do Haiti que não pode haver impunidade”, disse ele. Baby Doc é acusado de violações aos direitos humanos e corrupção.
Edição: Vinicius Doria